sábado, agosto 03, 2002



Tomei propriedade de um texto que achei num blog.......eh um conto de Sérgio Servolo, vindo desse site

Teor Alcoólico - 5%

Olhou-se no espelho e admirou o resultado:
- Ôooooh! Que cabelos são esses, linda?!
Pareciam fogo derramando-se em infinitos cachos. A pele pálida e suave...
- Quem foi mesmo o babaca que me comparou com pêssegos?
Soltou uma gargalhada gostosa mostrando os dentes perfeitos. Os olhos líquidos e tristes eram de um verde tão profundo que homens e mulheres se afogariam facilmente em seus mistérios:
- A janela da minha alma... Bah! Quero ver quem resiste à "minha porta" para o prazer, isso sim!
Deu mais uma geral na roupa: o vestido vermelho estampado combinava com o rosto suavemente maquiado e servia de moldura para as pernas quilométricas:
- Hulalá... Tô arrasaaaaaando!
Estava realmente linda e sabia disso. Seu corpo era sua ferramenta, mas não era tudo. Carregava também o misterioso charme da "femme fatale". Se estivesse em Hollywood, com certeza seria um sucesso no cinema...
Eram tantos e tantos anos que não se recordava da primeira vez... Mas o resultado estava impresso indelevelmente em seu corpo. Suas veias não suportavam outro tipo de alimento. Sua necessidade de álcool era maior que seu controle. Sabia do mal... Que a ressaca seria monstruosa... Mas não conseguia resistir. Só o cheiro de suor contaminado etílicamente a deixava com água na boca.
Olhou-se mais uma vez no espelho. Ajustou o vestido, deixando mais à mostra as coxas e sussurrou para si mesma antes de sair:
- Querida! Vamos à caça!
A noite estava quente e escura. Perfeita para seus objetivos. Escolheu o bar de sempre, desses que estão na moda, cheio de empresários, modelos e "descolados". Preferia o clima de boteco, pois a bebida rolava mais solta. Não havia compromisso com pistas de dança nem refeições. O álcool era o prato principal. Litros e litros de chopp, doses e mais doses de destilados eram consumidos sem pudores ou preocupações. Embriagar-se era a regra geral.
Não fora sempre assim. Em tempos remotos, buscava suas presas em qualquer lugar: no metrô, na rua, no cinema... Depois que sentiu o gosto e os efeitos do álcool, bares eram seu "porto seguro". Especialmente aquele boteco. Com seu balcão antigo de madeira, as mesas redondas com cadeiras de palhinha, a decoração da década de 50 que trazia tantas lembranças... Sentia-se em casa.
Sentou-se em uma mesa estrategicamente colocada no fundo do salão. Fazia tanto tempo que freqüentava o lugar que tinha cadeira cativa. O garçom, antigo de casa, nada perguntou. Trouxe a garrafa de água com gás, a porção de carpaccio e deixou-lhe um sorriso cúmplice.
Cruzou as pernas "a la Sharon Stone", acendeu um cigarro e olhou vagarosamente à sua volta. Percebeu os olhares de desejo comendo-a de forma acintosa e sentiu o mesmo velho prazer.
Acompanhou o bailado equilibrista dos garçons, esquivando-se com bandejas repletas de calderetas cheias de chopp gelado e as mesas servidas com mais freqüência. Analisou atentamente as presas mais embriagadas e fez sua escolha: o rapaz era bonito, com ar meio arrogante, mas estava "idealmente" bêbado. Seria um alvo fácil.
Começou seu jogo de sedução. Incentivado pelos amigos o rapaz mordeu a isca. Entre a paquera e o final de noite no apartamento não se passaram mais que duas horas.
Deixou o boteco abraçada ao felizardo trêbado de álcool e desejo. Subiu ao apartamento dele e percebeu que teria de ser rápida: o idiota estava prestes a vomitar e definitivamente não era a cena mais apropriada para antes do jantar.
Abriu suavemente o vestido que deslizou pelo corpo até o chão. Não usava nada além de um crucifixo pousado logo acima dos seios. O babaca tirou a roupa como se estivesse pegando fogo e avançou. Ela delicadamente o empurrou para a cama e deitou-se sobre ele. Começou a mordiscá-lo no pescoço e foi descendo em direção ao pau, já duro. Beijou-o suavemente e começou a chupá-lo.
Como sempre a vítima não percebeu nada (o estado de embriaguez e desejo turvavam os sentidos). Quando seus caninos afiados furaram como uma agulha o pênis ereto, o cara não sentiu dor alguma, somente prazer. Lentamente ela foi sugando e lambendo e se deliciando com o banquete. O sangue jorrava quente. O teor de álcool era fantasticamente alto. Ela se sentiu renovada, alegre e saciada.
Bastava a sobremesa... O sangue estancado já não saía pelo imperceptível orifício na base do pênis. Chupou o pau com mais energia, subindo das bolas à cabeça em ritmo frenético. Em segundos, pôde sentir a porra jorrar com força em sua boca. Engoliu tudo... lambeu os lábios... A sobremesa também estava perfeita: dava pra sentir os sutis toques de álcool etílico. Um perfeito "blend".
Deixou o cara desfalecido de prazer na cama e foi para casa. No dia seguinte o "jantar" não sentiria nada além de uma leve dor de cabeça e uma "dorzinha" nas bolas.
- Nunca mate seu alimento? pensou sorrindo cinicamente.
Amanhã haveria mais, afinal não era fácil ser uma vampira alcoólatra.


Para os nossos queridos amantes de vampiro...... =)

Nenhum comentário: