segunda-feira, agosto 15, 2016

Sugar

Por que choras?!? O que eu disse é tudo verdade sim. É, eu acho que deveríamos nos tornar os criminosos mais procurados do mundo e as pessoas iriam nos abrir a porta porque somos bonzinhos.

Eu vi isso naquele filme uma vez, lembra? Você disse que eu seria uma perfeita assaltante, porque ninguém desconfiaria de mim.

Estranho? Por quê?!?. Assim, eu largaria essa vida pacata e você...bem, você se tornaria um fora da lei....

Te agrada a idéia? Claro, claro que sim. Aí, se o FBI correse atrás de nós, poderíamos pintar nossos cabelos, mudar de nome e ir morar no México, o que acha?

E por que você acha que me apaixonei por ti? Pelas calças rasgadas e as botas sujas? Não, mas pelo seu jeito misterioso de olhar.

Não é assim? Pois bem, vá lá agora em frente ao espelho e veja. Vá, veja! É tudo mentira minha? Ah, pelo seu jeito sexy de andar? Não seja convencido e patético.

Vamos, pelo menos você riu de minha teoria. Não pode? E por que não pode? Você me dá a vida que quero e acha que eu tenho direito de cobrar mais? É, você não existe, deixa eu ver se você atravessa.

Gosto desse jeito seu de sorrir. O quê? Vai, fica sorrindo pra todas essas garotas aí, fica. Fica debochando de mim e dizendo o quanto você é importante.

Eu não ligo, porque é pra mim que você volta todas as noites e me diz aquelas coisas que tenho até vergonha de pronunciar.

Não?!?É verdade. Pode parecer que não, mas pra que mudar agora?

Só se você aceitar minha teoria e a gente mudar pro Tahiti. Não, o México tem terremoto.


Claro que sim e vou estar aqui, sempre.

terça-feira, agosto 02, 2016

"Matthew e eu terminamos tudo já era madrugada adentro. Estávamos os dois visivelmente cansados, mas felizes.
‘Pronto, chega! Beberemos ao fim!’ – e ele se levantou indo pegar a garrafa de vinho
Matthew abriu então a garrafa de vinho e deu um gole na boca da garrafa
‘Desculpe, esqueci as taças. Se importa?’
‘Não, não me importo’
Matthew se sentou ao meu lado e passou a garrafa de vinho
‘Estou feliz, Alice. Conseguimos terminar tudo e dentro do prazo previsto’
‘Sim. E seu ritmo frenético ajuda’
‘Eu sei, sou muito workaholic. Vai ver que é porque eu gosto do que eu faço. E você, gosta?’
‘Adoro. Falava pro Louis que sentiria falta do estúdio, sempre’
‘Acredito que sim. Louis tinha razão, você é competente e aprende rápido’
‘Vocês são muito generosos’
‘Mas você é assim mesmo. Não tem nada de generosidade. Acho que já percebeu que eu sou muito sincero’
‘Um pouco’ – e sorri olhando pra ele
Matthew passou novamente a garrafa de vinho pra mim e me olhou sério.
‘Hoje é meu aniversário’
‘Nossa! Parabéns! Não tem nem como apagar uma velinha!’
‘Não faz mal, depois dos trinta a única coisa que vale é que as pessoas se lembrem de você com carinho’
‘É, as pessoas dizem que param de contar os anos. Mas deixa pelo menos eu te dar um abraço’
Matthew me abraçou forte, todo carinhoso e continuamos a beber o vinho.
Já meio tonta, me encostei no sofá e fechei meus olhos. Pude sentir então Matthew se aproximar de meu corpo, encostando o seu braço no meu e deitando também a sua cabeça no sofá.
‘Acho que tenho que ir embora’ – falei sem conseguir abrir o olho
‘Fica mais um pouco, está quase acabando o vinho. Toma mais’
‘Não Matthew, já estou meio tonta, melhor parar’
Matthew segurou em minha mão e me puxou pra mais perto dele. Abri meus olhos e ele olhava fixamente para mim.
‘Você é muito bonita’
‘Isso não é verdade, o álcool fala nesse momento’ – e sorri olhando pra ele
‘Pode ser, mas eu já te disse isso antes e estou repetindo. Deveria levar em consideração’
Matthew então se virou de lado e sem soltar minhas mãos, começou a fazer carinho no meu rosto, chegando cada vez mais perto de mim.
‘Eu preciso ir embora, acho melhor’
‘Não, não vai. Fica mais um pouco aqui’
E encostou seu rosto no meu, fazendo carinho com seu nariz por todo ele.
‘Matthew, é melhor a gente...’
‘Shhh, não fala nada. Faz tempo que estou encantado por você’
Matthew então me beijou. Um beijo daqueles demorados, quase de perder o fôlego. Em meio a carícias, Matthew deitou sobre o meu corpo e eu fui deixando acontecer.
Eu sentia desejo pela primeira vez. Desejo intenso. Meu corpo respondia naturalmente a qualquer movimento que ele fizesse.
E era bom, eu o queria e sabia disso e naquele exato momento parei de pensar e me permiti sentir."