segunda-feira, abril 17, 2006

"How long before I get in?
Before it starts, before I begin?
How long before you decide?
Before I know what it feels like?
Where to, where do I go?
If you never try, then you'll never know.
How long do I have to climb,
Up on the side of this mountain of mine?

Look up, I look up at night,
Planets are moving at the speed of light.
Climb up, up in the trees,
every chance that you get,is a chance you seize.
How long am I gonna stand,
with my head stuck under the sand?
I'll start before I can stop,
before I see things the right way up.

All that noise, and all that sound,
All those places I got found.
And birds go flying at the speed of sound,
to show you how it all began.
Birds came flying from the underground,
if you could see it then you'd understand?

Ideas that you'll never find,
All the inventors could never design.
The buildings that you put up,
Japan and China all lit up.
The sign that I couldn't read0
,or a light that I couldn't see,
some things you have to believe,
but others are puzzles, puzzling me.

All those signs, I knew what they meant.
Some things you can invent.
Some get made, and some get sent,
Ooh
Birds go flying at the speed of sound,
to show you how it all began.
Birds came flying from the underground,
if you could see it then you'd understand,
ah, when you see it then you'll understand?"

Coldplay - Speed Of Sound

domingo, abril 16, 2006



Carta escrita ao subconsciente

Gosto de ver seus olhos, nem que seja por alguns minutos....daquele jeito, através da parede, compenetrado, olhando para o nada, pensando nas dores do mundo, com as mãos imóveis....

Pela janela transparente, posso enxergar as gotas de chuva que caem, e naturalmente você desvia o olhar e me pergunta se há todas aquelas frases e lágrimas para expressarmos todas as nossas culpas e ressentimentos...não sei te responder, não sei dizer nada, só consigo estender as mãos e segurar forte em seus dedos finos e compridos......

Sinto sua essência se desfazer aos olhos de outros, mas por dentro encontro a mesma ternura que vi um dia....'se tudo fosse como as pessoas querem, o mundo estaria mais caótico do que já é', você me diz....e olha mais uma vez compenetrado pela janela, segurando muito forte em minhas mãos....

Tento te ouvir, mas a única coisa que consigo perceber são as nuances de sua expressão e sua respiração mais calma e mais ofegante, conforme sua própria vontade....não quer me dizer nada, e no silêncio ainda se afunda em velhas convicções....'me empresta um pouco de sua vontade de ser feliz?', você me pede.....e eu não consigo te dizer nada, tentado demonstrar com os olhos palavras que não podem ser ditas.....

Você se move inquieto da cadeira onde está sentado, perdendo o fio dos pensamentos, e com ar de desespero.....'existe mesmo algo além de tudo isso que conseguimos construir?', você me pergunta....e só consigo olhar, pedindo pela mesma resposta e você olha de novo a sua frente, sem que mude a expressão de seus olhos.....

Sinto que parece estar decepcionado com a minha falta de respostas e da janela, onde olhava calmo as gotas de chuva caírem, passa a olhar para o meu rosto, percebendo que apesar de meus poucos anos, envelheci sem ao menos ter percebido.....'por que deixas essa lágrima cair do canto de teus olhos?', você me pergunta.....tento dizer algo, mas nada que eu consiga dizer vai sanar o meu desespero por não conseguir me expressar......

'Não quero tuas respostas, sei todas elas, posso ler seus pensamentos através de seus olhos, lembra-se?'.....me sorri aquele sorriso inocente e bobo, e seca minhas lágrimas calmamente.....'você nos fez complexos, e no fundo somos simples e puros', você me diz, tentando tirar de minhas mãos a responsabilidade pelos fracassos......

'Quando te vi pela primeira vez, pensei o quanto poderia aprender e te ensinar...mas acho que preciso te deixar livre....', você me diz....."NÃO, NÃO VÁ!", eu peço desesperadamente e aperto muito suas mãos, puxando seus braços em minha direção, e tento mergulhar dentro de sua alma...

'Vai ficar tudo bem, eu prometo. Vai ficar tudo bem....', você me diz....e te dou todas as respostas perdidas, dentro de palavras que só nós compreendemos....

domingo, abril 02, 2006

Fazia muito tempo que não parava pra cumprir suas promesssas...ela olhava para o papel e nada saia a não ser palavras esdrúxulas com sentidos perdidos...
Quando teria de novo o dia de se trancar no armário e rever seus conceitos?....antigamente era tudo tão mais fácil e rápido de se resolver...lá dentro daquele quarto tinha seus dias de glória e de sufoco...
A vida normal tinha tomado conta de suas idéias, e já não tinha mais tempo pra pensar se era legal ser louca ou se era normal ser normal...
As linhas do papel pareciam se mexer e a caneta sem tampa e de fundo roído parecia perder a tinta...tinha perdido o hábito....
Lembrou de suas antigas histórias e que tinha que botar o despetador pra tocar...viu suas roupas jogadas e lembrou que sua cômoda estava cinza de tanto pó...
Vou tomar um café, pensou depois de analizar que sua preguiça era maior de que seus afazeres...
Aos dezoito anos tinha sonhos que nunca se realizaram...aos vinte e um, tinha feito coisas que nunca sonhara...era do tipo tranqüila...suas forças não se esvaíam por pouca coisa...mas seus pensamentos não pertenciam ao seu corpo...
É preciso trocar as toalhas...e comprar feijão...e ligar para o encanador pois a pia da cozinha já não dá mais pra usar...
Usava o papel pra anotar seus afazeres....naquele ano ia começar a levar as coisas a sério, e tomar atitudes importantes...
Tinha que reclamar do salário e talvez procurar um novo emprego...
Já não existiam mais grama verde e tardes perdidas olhando pro céu azul...agora tinha um escritório e luz fria, com janelas fechadas e um ar condicionado barulhento pra poder afastar o calor...
Tinha que fazer suas unhas e lavar seus cabelos...olhou mais uma vez para o papel...e deixou uma lágrima cair...envelhecera, e se esqueceu das vontades mais puras...
O que ainda fazia naquele lugar e porque aquelas paredes estavam tão amarelas...acostumou com a segurança das suas medíocridades...não falava mais de política, nem ouvia mais seus álbuns favoritos....
Onde estaria aquele rapaz, o que estaria fazendo nesse momento...será que teremos aquilo que esperamos por muito tempo, ou a vida será todo esse pouco que compartilhamos com nós mesmos...
Fechou o caderno e foi lavar seus cabelos, certa de que a vida lhe traria de volta à sua realidade...