segunda-feira, dezembro 20, 2021

the man in the shadowing hood

Eu realmente não sou boa com palavras faladas, mas quis enxugar suas lágrimas que marejaram seus olhos quando lhe disse a minha verdade. Mas só Deus sabe como você reagiu as minhas palavras escritas, que são mais claras e mais vivas.

Eu daria minha vida inteira pra passar minha mão pelo seu rosto, quando sua cabeça se inclinou tocando a minha. Será que essas sensações são só minhas ou é tão natural a você, quanto é pra mim, passar o pouco tempo ao seu lado? Será que sou eu que me sinto a vontade na presença da sua alma ou você sorri com os olhos e é agradável aos meus ouvidos, contando seu cotidiano de uma maneira tão natural e tão intima como se milênios tivessem passado pra que a gente se encontrasse?

Eu não menti quando nomeei o destino de universo. O destino me colocou em sua frente e com certeza eu transferi a sensação de paz que minha alma gritava desesperadamente pra que voltasse, a sua gentileza e compreensão. Mas eu não vou mentir pra mim, to jogando pro alto todas as convenções estúpidas, toda a consciência adulta e aceitando que o que eu sinto é verdadeiro, pois nesse momento é. 

Quanto tempo isso vai durar? Não sei, não quero saber. Há anos não sentia essa sensação, não me sentia completa, ter essa sensação boa de um preenchimento de vazio. Mas não vou mentir que necessito segurar em suas mãos e sentir a textura de sua pele encostando na minha. Nem da sensação tão boa que eu sinto quando estou nos seus braços e meu corpo se encaixa perfeitamente ao seu. O mais natural de tudo é que o abraço é apertado e confortante, como se aquele momento durasse uma eternidade inteira. E eu estou disposta a te dar a minha eternidade inteira.

sexta-feira, dezembro 17, 2021

Promises

 Minha psicóloga me deu a árdua tarefa de pensar o que eu espero em um relacionamento. E faz quase uma semana que estou tentando escrever algo, mas não sai. Hoje decidi que seria o dia, mas pode ser que até o dia da consulta alguma coisa mude. A primeira coisa que vem a minha cabeça quando penso em relacionamento é compromisso e cumplicidade. Se em um casal não existir esses dois pilares, talvez um relacionamento nã vá pra frente. Acredito que isso seja tão importante ou mais importante que o amor em si. Porque o amor se transforma, com a idade vira amizade, as paixões mudam e os focos também. Eu como boa ciumenta que sou gosto da sinceridade e da confiança, faz com que eu me sinta bem, me sinta com os pés no chão. Então, ter compromisso e caminhar junto a um objetivo comum é algo que hoje eu considero como primordial pra mim. Eu quero uma família, estruturada, com seus defeitos, qualidades, filhos e um gatinho pra cuidar, pois não sou fã de cachorros. Talvez eu já passei da fase de encontrar o homem da minha vida e viver feliz para sempre, mesmo porque como costumo dizer eu nunca fui fã das princesas, sempre fui fã da Alice no país das maravilhas. Eu sempre tive o sonho, e isso talvez faça parte do meu ideal, que o outro viva um pouco do meu mundo, que não só eu ceda e aceite tudo calada, pois eu tenho esse defeito. Aí explodo nas horas erradas, ou falo coisas das quais vou me arrepender depois. Talvez vivendo um pouco do meu mundo que é meio maluco dentro da minha cabeça, eu consiga expressar o que eu sinto. Sou ruim com palavras faladas, sou melhor com as palavras escritas. Sou de detalhes, gestos, pois assim consigo me expressar melhor. Sabe quando você faz uma playlist de música e quer que aquele alguém escute com cuidado e preste atenção no que aquilo quer dizer? Essa sou eu. Não sou uma pessoa romântica, mas gosto de ser cortejada. Não preciso de presentes, mas de boas lembranças. E quero ter carinho. Não aquele meloso, grudento, mas como toda mulher, quero ser amada e respeitada. Talvez esse seja o ponto maior pra que um relacionamento se concretize comigo: respeito. Eu quero alguém que construa uma vida comigo e não uma que destrua mais o que eu posso dar de mais precioso que é minha dedicação, meu carinho e o meu respeito.

sábado, dezembro 04, 2021

I really should be holding you

Até aonde chega a força do pensamento? Até aonde o cérebro pode se conectar e transmitir vontades silenciosas que pairam no sistema mais primitivo que eu tenho dentro de mim? Até aonde essas ondas elétricas se chocam pra provocar uma imagem que seja no seu consciente e que nunca mais consiga apagar?

segunda-feira, novembro 29, 2021

Sommes-nous les jouets du destin

 Nessa brincadeira de gato e rato é bom saber que um constante pensamento paira entre nós. A alma encontrou um aconchego que a distância não separa. A saudade nos liga por um fio espesso de esperança. 

sexta-feira, novembro 19, 2021

This dreams aren’t real enough

 Eu poderia viver no seu abraço. Minha cabeça se encaixa perfeitamente em seu peito e o seu cheiro é tão familiar que me causa arrepios. E quando fechei os olhos por aqueles segundos eu pude me transportar para uma dimensão onde passado, presente e futuro se coexistiam. Os seus olhos vidrados no meu minutos antes, seu sorriso quando me viu numa gentileza inexplicável, um elogio, um calor que passou pelo meu corpo. Tudo isso se mistura numa reação inexplicável porque o que sinto por ti é tão intenso, que me tira o ar ou me causa palpitações. Os pés mexendo era o nervosismo de estar perto de ti. Eu tinha certeza disso. Mas eu não queria que aquele momento acabasse nunca. Você sorri com os olhos, presta atenção nos detalhes, fala a minha língua e me dá um conforto que eu não sei qual é há tantos anos. Eu só quero o que pode ser meu. Mas eu fecho os olhos e não vejo outro rosto. Não me sinto tão confortável com um ambiente ou com a minha própria alma quando essa está em sua presença. Foi mais forte do que eu pude admitir. Mais forte do que eu quis controlar. Não posso negar meu coração descompassado por tantos meses a se preencher de uma alegria, mesmo que seja vazia. Mas meu cansado coração não quer que seja vazia. Eu quis derramar umas lágrimas, eu suspirei ao me despedir, fiquei perdida em mil pensamentos enquanto te olhava pelas costas enquanto a porta se fechava. Não consegui contar quanto tempo passou enquanto as gotas grossas da chuva caiam e eu pacientemente voltava pra casa. Não conseguia prestar atenção no caminho. Só conseguia lembrar da sensação do seu corpo quente junto ao meu e de minhas mãos deslizando em conforto por suas costas. Eu cansei do sofrimento, cansei de não ser reparada no meio de tanta gente igual. Cansei de esconder o que sinto por uma convenção estúpida da sociedade. Eu te quero sim, eu não posso mentir mais pra mim. Não quero o mal de ninguém, não quero magoar ninguém, eu só preciso ser feliz. 

sexta-feira, novembro 12, 2021

Close to You

A sensação boa de ouvir o tom da sua voz, a segurança que você fala, o charme do seu andar, aquele cheiro inconfundível que exala pelo ambiente quando você passa. A saudade só aumenta daquilo que vive pulsando na minha imaginação. 

sexta-feira, novembro 05, 2021

Where are you?

 O limbo entre o sono e estar acordada me faz ter visões do que pode ou poderia ter acontecido. Eu vejo claramente suas mãos entrelaçando meus cabelos e sua imagem sumindo quando toco seu rosto e você sorri pra mim. É esse limbo que espero ansiosamente todas as noites, pra encontrar sua alma perdida perto do meu corpo.

quinta-feira, outubro 28, 2021

I won’t get heavy

 Porque você não volta? Qual medo te aflinge? O da contemplação ou o da sensação de estar sendo por perseguido por monstros que criou na sua cabeça? 

A verdade é que só sente falta quem mesmo ama.

terça-feira, outubro 26, 2021

Tudo que não for meu, ela vai levar


Aqui a escrita é mais literal. Esse ano não teve rojão que segurasse a insanidade. Ela veio galopante, enfiando os pés no meu peito literalmente, sem nem me pedir licença. Mas, depois de seis meses, eu finalmente começo a me levantar. A fazer planos, a me empolgar com eles, a me redescobrir e a me aceitar. Na verdade eu demorei um tempo pra aceitar que estava doente. Eu demorei um tempo pra assimilar que quem me controla é meu cérebro e não meu coração. Ele faz o ritmo do meu coração. Coração que de vez em quando ainda bate descompassado, me assusta, finge que vai parar ou que vai explodir em mil pedaços. Claro que com menos frequência do que lá no começo de todo o transtorno. Eu andava em passos de bebê. Hoje eu já quero fazer as coisas no ritmo de antigamente, mas meu corpo ainda me limita e grita comigo dizendo: ainda não, bebê. Mas eu tô no caminho. Entrei de férias e meu médico disse que foi visível a minha evolução, mesmo eu ainda apresentando alguns sintomas que insistem em ficar. Eu fui viajar, reencontrei amigos que não via há uns dois anos por conta da pandemia, ri, me diverti, chorei dr emoção, contei minha história cem vezes, tive medo, semi crises, mas me aguentei. Me senti confortada ao lado deles e quando voltei, já tinha decidido e marcado, inclusive, que faria essas 4 tatuagens. A árvore da vida veio acompanhada do three crooked hearts, uma representado meu renascimento, a vontade de fincar os pés na terra e a outra, a minha família, a base que se mantém embaixo pra manter essa árvore de pé. Eddie Vedder eternizou que “a human being that was given to fly”, e eu agora quero voltar e estou pronta para voar. Ser livre, me manter viva e com o vento batendo na pele sem me preocupar com o que o cérebro queira pensar. E a última foi eternizar o autógrafo do Chris Cornell. Chris que fez com que a minha percepção sobre a vida mudasse, que um sentimento de amor infinito crescesse em mim e que fez com que eu entendesse parte dos demônios que ainda rondam a minha mente, portanto, seu lugar no meu coração será eterno pra sempre. 
Eu quero voltar a amar, ser amada e ser feliz. Chega de trevas, tô a fim de reencontrar a luz.

domingo, outubro 17, 2021

Pray for magic and another day

 O coração ainda da uns trancos que me assustam. Um certo horário da noite que me incomoda e alguns dias que eu estou completamente sozinha e preciso executar várias tarefas. Na minha mente só vêm “quero voltar ao normal”. Mas não há medicina ou espiritualismo que me garante o voltar ao normal.

É cansativo tentar se reinventar a todo momento, arrumar um motivo pra não pensar, pra não prestar atenção, pra esquecer por completo de tudo. Difícil é fazer o cérebro parar de funcionar.

Eu fiquei monotemática. E isso me incomoda de uma maneira incontrolável. Mas cortei os cabelos, comprei roupas novas, estou positivamente ansiosa com as tatuagens que vou realizar. Planos, como diz a psicóloga. Resiliência como diz o psiquiatra.

Resgatei músicas que me fazem feliz. Resgatei pensamentos que me fazem feliz. Resgatei sentimentos que me fazem feliz. Tentando de todas as formas resgatar algo que sobrou dentro de mim que não tenha sido destroçado no furacão da insanidade.

Mas mantenho paixões antigas, frustrações engasgadas, dores que não se curaram. E isso retarda o processo de cura de uma maneira absurda. Se é que um dia isso terá cura. Eu rezo aos quatro cantos do universo que sim.

Eu me permito chorar, sorrir e me sentir bonita a hora que eu quero agora. Principalmente depois dos 13kg perdidos, uma calca 42 e um macacão M. Mas ainda me prendo a convenções estúpidas que não deveriam estar mais me incomodando.

A ausência de alguma coisa ainda assola esse coração descompassado. Não deveria ser assim, mas a verdade é que me falta algo. Um sentimento que o preencha por completo. 

A realidade é que a idade chegou com a precocidade de tirar algo de mim que eu sempre quis. Talvez eu não consiga ter filhos. Talvez Deus não quis assim ou a biologia descartou os meus fracos genes, na teoria darwinista mais sarcástica possível. 

A vida tem dessas. Talvez eu seja um repelente constante pra tudo. Eu só ainda não aprendi a me resignar com qualquer desígnio. Seja ele destino ou o que você quiser chamar. 

Minha alma grita, incessantemente. Só quero saber onde esses gritos irão chegar.


sexta-feira, outubro 01, 2021

Don’t hurt me

Era só platônica a visão que eu tinha de você. Continua sendo e vai ser por muito tempo ainda. Não há necessidade de se esconder, de ter medo. Esse meu mundo fantasioso já foi povoado pelos pensamentos de conversas longas e trocas de olhares. Você pode fugir pro planeta que quiser, meu pensamento vai estar enraizado no seu.

quinta-feira, setembro 23, 2021

Protect me

 Hoje eu entendo que não precisamos viver no mesmo mundo, termos os mesmos gostos ou as mesmas experiências pra que um sentimento apareça de maneira repentina. 

Vai de mim aceitar o que quero e saber dizer sim ou não as verdades absolutas que cada um tem. Não da mais pra deixar o tempo escorrer pelas mãos. 

domingo, setembro 12, 2021

How can you stop a sun from shinning?

 Depois de meses eu senti que ainda tenho sentimento dentro de mim. Ainda sinto paixão, ciúmes, vontade de tocar a mão no rosto, sentir o cheiro e o acalento que minha alma tanto procura. Um beijo no rosto, segurar as mãos e deitar a cabeça no peito sem me preocupar com o amanhã. Junto com o sentimento vêm as ironias do destino, aquilo que nunca me pertence e aquilo que só vive no meu imaginário. A dor reside aí. Um dia quem sabe ela desaparece junto com a adrenalina que anda deixando meu cérebro. 

sexta-feira, agosto 20, 2021

Hang on to this

“Ele tinha os cabelos loiros quase brancos, o rosto era cheio de sardas, a boca tinha um vermelho volumoso que eu nunca tinha visto antes e os olhos pareciam duas gotas do oceano. A primeira vez que passei por ele senti o cheiro amadeirado que saia de alguma peça de sua roupa. Ele me acompanhou discretamente com a cabeça quando me sentei algumas cadeiras na sua frente. Em poucas semanas nos tornamos amigos. Suas mãos eram quentes e eu tinha a impressão de que ele não sabia o que era frio pois podia estar 10 graus abaixo de zero e ele estava de bermuda. Raramente eu o vi a de calças. A gente compartilhava segredos, músicas e uma paixão platônica. Ele era meu Porto Seguro e eu ficava desesperada com a possibilidade de perdê-lo. Mas a vida, a vida faz a gente perder sem mesmo que a gente perceba. O tempo passa rápido demais. Mas a memória fica presa no consciente. Talvez eu nunca mais consiga esquecer o seu cheiro, nem suas mãos quentes. Mas a memória ficou embaçado com o tempo. Um recorte dentro de um cérebro cansado. Um sentimento platônico que paira no inconsciente”

quarta-feira, agosto 11, 2021

Give up the ghost

Faz quase uma semana que eu sonho com você todos os dias. Repetidamente a mesma cena de nós dois juntos, mas separados pelas circunstâncias que nos encontramos hoje na vida real. Eu nunca tive a chance de te dizer a verdade. A verdade é que eu gostava da sua companhia. Me fazia sentir livre, independente e inteligente ao mesmo tempo que eu pagava de mulher problema. E lá no fundo eu queria um ombro pra deitar. Eu queria ser acolhida. Mas eu sabia lá no fundo que não passaria de uma relação casual. Infelizmente eu nunca fui capaz de dizer o quanto fui feliz ao seu lado. E muitas vezes enquanto eu passava horas no trânsito voltando pra casa, eu lembrava das conversas que nunca levaram a nada e mesmo assim eu sorria. Eu me perguntava se era amor e eu nunca tinha essa resposta. Mas agora não importa. A única coisa que importa é que eu ainda lembro da sensação de como era pegar em suas mãos. Nem os sonhos me deixaram esquecer.

quarta-feira, julho 14, 2021

The walls

As crises ainda me assombram. Hoje elas duram dez segundos, mas o dia seguinte é um arrastar de correntes. Mas consegui aprender a ter mais fé em mim mesma e duvidar do cérebro que ainda insiste em me amedrontar. 

sexta-feira, julho 09, 2021

Play the game

 Eu fiz de tudo pra que meus gritos chegassem ao seu alcance, fiz de tudo pra que meus sonhos cruzassem os seus, fiz de tudo por um segundo da sua vida

domingo, julho 04, 2021

Crystal core

Aprendendo a viver no mundo invertido, metade do coração virou gelo, metade do coração virou geléia

segunda-feira, junho 21, 2021

And I am who I am

A vida me fez parar e voltar a aprender a respirar novamente. Estou engatinhando como um bebê. Horas me sinto capaz de voltar a ser eu mesma, hora me encolho e choro segurando as pernas até que elas cheguem ao meu nariz. Eu nunca pude acreditar que meu cérebro fosse brincar de me enganar e me pregar peças. Entre todas as coisas que já me incomodaram no mundo, perder a noção de mim mesma foi a mais humilhante delas. Cai de joelhos suplicando ajuda por tantas vezes nesses últimos 60 dias que já não dá mais pra contar nos dedos das mãos e muito menos dos pés. Eu estou tentado reaprender o que é ser livre, não ter medo, não prestar atenção em pequenos detalhes que fazem o meu corpo explodir em mil hormônios que alteram a minha consciência e que me fazem ser alguém que eu sequer conhecia. Eu quero resgatar algo dentro de mim, quero voltar a ser normal, mas entendi que o tempo é senhor de si mesmo e eu não posso pular o processo que ele me impôs com tanta maestria. Pra ser sincera eu nem sei o que estou reaprendendo na verdade. Mas já perdi o medo do banho, da madrugada e de andar pela casa. Às vezes até arrisco dar umas voltas no quintal e ver um sol fraco que se instalou com a chegada do inverno. Eu não vi o verão acabar, passei o outono presa praticamente inconsciente dos meus próprios atos e quando saio de casa por necessidade de ir ao médico ou de resolver os problemas referentes ao meu afastamento do serviço, o barulho dessa cidade parece mais ensurdecedor e as distâncias muito maiores do que elas são. O trânsito me causa palpitação e quando olho pelo retrovisor do passageiro onde me mantenho sentada vejo que os fios brancos tomaram conta da minha cabeça, até pinta-los se tornou uma tarefa tão árdua que eu simplesmente deixei lá no meu consciente pra me sentir mais confortável que 'tá na moda a transição capilar'. Eu vociferei, tive autopiedade e senti uma solidão tão extrema que perdeu tanto o controle e eu não senti nem vergonha de tudo isso que sempre abominei. Eu achava que me bastava, mas a verdade é que não me basto. E pela primeira vez em toda minha vida me vejo de joelhos pedindo a alguma força maior que não me deixe só para o que resta da minha existência. Eu estou reaprendendo a ser eu mesma e essa é a tarefa mais árdua que eu já enfrentei em toda minha vida. 

segunda-feira, maio 17, 2021

All through the night

Eu sempre flertei com a insanidade e fiz chacota da loucura. Uma hora ela me abraçaria sem me avisar. Poucos são os momentos em que consigo respirar como alguém normal. Poucos sãos momentos em que as lágrimas e o desespero não tomam conta de mim. Eu quero voltar a pular essa linha e ver luz novamente.

sexta-feira, maio 07, 2021

oração ao tempo

Eu só sinto a calmaria do meu corpo no decorrer da madrugada, onde o mundo parece parar de girar junto com a minha vida que parou. Todos os dias são iguais, me apaga e eu levanto arrastando as correntes que eu mesma coloquei. Cansada de viver com o monstro que me consome e que me leva a uma loucura que não escolhi. 

quinta-feira, abril 22, 2021

You can’t feel it tonight

Quero voltar a sentir o ar entrar gelado nos pulmões, o suor escorrer pelas costas e não ter que me entorpecer pra conseguir sobreviver 

quinta-feira, abril 15, 2021

Forever futures fading out

 Eu que nunca quis ser normal hoje só quero que meu cérebro volte ao normal, pra que a vida volte ao normal, pra que minha alma volte ao normal

sábado, abril 03, 2021

All in all is no ones fault

20 anos se passaram e eu ciclicamente votei a ver o mundo passar pela janela e amar aquilo que não posso tocar.

segunda-feira, março 08, 2021

You’ll never stop this flame

Será que eu mudei ou só resgatei o espírito revolucionário adormecido dentro de mim? 

Eu quero acreditar que fiz as duas coisas. Me libertei da convenção e abracei o que me conforta de vez.

Os 41 anos me fizeram muito bem. Obrigada. 

quarta-feira, março 03, 2021

Minefields

 Meu coração virou um caos. Dentro do peito ele bate descompassado e cheio de defeito, para por alguns segundos e volta engasgando a garganta. O ritmo é de um disco riscado que pula no meio de uma melodia cheia de chiados. Meu coração virou tempestade de raios, uma tormenta com chuva de gotas pesadas onde não se enxerga nada. Um limpador de vidros que a engrenagem enrosca, um vidro frio e embaçado. Meu coração virou catástrofe, virou solidão.

sexta-feira, janeiro 22, 2021

Swan

 O ser humano tem se tornado algo torpe e execrável. Meu coração se despedaça a cada momento que tomo uma rasteira, a cada vez que amo demais e sou humilhada em meus sentimentos, a cada vontade que eu passo sem expor a minha verdade. 

Eu não quero, mas sinto demais. E luto a todo dia pra não sentir mais nada

segunda-feira, janeiro 11, 2021

Matter of time

Não tente me sufocar ou me prender. Não tente cercear minha liberdade de ser quem eu sou, sem vergonha, sem limites.

sexta-feira, janeiro 01, 2021

Janeiro, 2021

Eu demorei muitos anos pra entender o conceito de relacionamento abusivo. E depois de tanto tempo eu me recordo vividamente o quanto me senti culpada por não ser capaz de fazer o outro feliz. Fui chamada de louca tantas vezes que não consigo nem contar. Sofri abuso físico, mas o maior abuso foi o psicológico. Até hoje ainda pula bem de vez em quando no meu cérebro, que não sou capaz de alguém gostar de mim por completo. Claro que isso hoje é bem menos recorrente do que já foi um dia. Aparece com bem menos frequência e em momentos específicos. Mas vejo os relatos de outras mulheres e penso: nossa, passei igualzinho por isso e achei que a culpa era minha. A culpa era minha por que meus amigos eram boçais. A culpa era minha porque eu me sentia desconfortável na presença da família que também me abusava psicologicamente. A culpa era minha porque eu tinha acabado de me formar e ganhava pouco. Depois a culpa era minha porque melhorei na profissão e comecei a ter grana pra comprar coisas que eu queria ou gostava. A culpa era minha porque eu queria ir num show mas o outro considerava supérfluo. Aí eu tinha culpa também porque estava sempre brigando pra manter o peso, imagina se eu ficasse grávida, o quão gorda eu ia ficar? A culpa era minha porque eu não queria ficar o fim de semana trancada em casa, mas tudo o que eu queria fazer era muito longe e tomava muito o tempo precioso de quem trabalhava demais. E eu consegui repetir esse padrão várias vezes, não foi em um relacionamento só. A culpa continuou sendo minha quando estava terminando o meu doutorado, conhecendo o mundo, fazendo movimentos para meu crescimento pessoal. A culpa era minha se eu já não aguentava mais manter uma relação que só me desgastava e me ameaçava a todo custo que se eu virasse as costas, a culpa seria minha pelo suicídio. A culpa era sempre minha, não importava qual o motivo.


No fim, a culpa era minha porque eu não tinha aprendido a gostar de mim mesma. Estou há muitos anos sem ninguém. Aprendi a gostar de mim. A ir em shows sozinhas e sorrir e chorar por minhas vitórias e derrotas. Aprendi a conviver comigo e perceber que não sou tão péssima assim. Aprendi a perceber que em alguns momentos eu pude fechar os olhos e perceber que eu não dependia de ninguém para estar onde eu estava, fazendo o que eu fazia ou sentindo o que eu sentia. 


O que eu desejo? Que mulheres parem de se culpar e percebam que amor e felicidade é pra somar e não pra depender.