quinta-feira, outubro 28, 2021

I won’t get heavy

 Porque você não volta? Qual medo te aflinge? O da contemplação ou o da sensação de estar sendo por perseguido por monstros que criou na sua cabeça? 

A verdade é que só sente falta quem mesmo ama.

terça-feira, outubro 26, 2021

Tudo que não for meu, ela vai levar


Aqui a escrita é mais literal. Esse ano não teve rojão que segurasse a insanidade. Ela veio galopante, enfiando os pés no meu peito literalmente, sem nem me pedir licença. Mas, depois de seis meses, eu finalmente começo a me levantar. A fazer planos, a me empolgar com eles, a me redescobrir e a me aceitar. Na verdade eu demorei um tempo pra aceitar que estava doente. Eu demorei um tempo pra assimilar que quem me controla é meu cérebro e não meu coração. Ele faz o ritmo do meu coração. Coração que de vez em quando ainda bate descompassado, me assusta, finge que vai parar ou que vai explodir em mil pedaços. Claro que com menos frequência do que lá no começo de todo o transtorno. Eu andava em passos de bebê. Hoje eu já quero fazer as coisas no ritmo de antigamente, mas meu corpo ainda me limita e grita comigo dizendo: ainda não, bebê. Mas eu tô no caminho. Entrei de férias e meu médico disse que foi visível a minha evolução, mesmo eu ainda apresentando alguns sintomas que insistem em ficar. Eu fui viajar, reencontrei amigos que não via há uns dois anos por conta da pandemia, ri, me diverti, chorei dr emoção, contei minha história cem vezes, tive medo, semi crises, mas me aguentei. Me senti confortada ao lado deles e quando voltei, já tinha decidido e marcado, inclusive, que faria essas 4 tatuagens. A árvore da vida veio acompanhada do three crooked hearts, uma representado meu renascimento, a vontade de fincar os pés na terra e a outra, a minha família, a base que se mantém embaixo pra manter essa árvore de pé. Eddie Vedder eternizou que “a human being that was given to fly”, e eu agora quero voltar e estou pronta para voar. Ser livre, me manter viva e com o vento batendo na pele sem me preocupar com o que o cérebro queira pensar. E a última foi eternizar o autógrafo do Chris Cornell. Chris que fez com que a minha percepção sobre a vida mudasse, que um sentimento de amor infinito crescesse em mim e que fez com que eu entendesse parte dos demônios que ainda rondam a minha mente, portanto, seu lugar no meu coração será eterno pra sempre. 
Eu quero voltar a amar, ser amada e ser feliz. Chega de trevas, tô a fim de reencontrar a luz.

domingo, outubro 17, 2021

Pray for magic and another day

 O coração ainda da uns trancos que me assustam. Um certo horário da noite que me incomoda e alguns dias que eu estou completamente sozinha e preciso executar várias tarefas. Na minha mente só vêm “quero voltar ao normal”. Mas não há medicina ou espiritualismo que me garante o voltar ao normal.

É cansativo tentar se reinventar a todo momento, arrumar um motivo pra não pensar, pra não prestar atenção, pra esquecer por completo de tudo. Difícil é fazer o cérebro parar de funcionar.

Eu fiquei monotemática. E isso me incomoda de uma maneira incontrolável. Mas cortei os cabelos, comprei roupas novas, estou positivamente ansiosa com as tatuagens que vou realizar. Planos, como diz a psicóloga. Resiliência como diz o psiquiatra.

Resgatei músicas que me fazem feliz. Resgatei pensamentos que me fazem feliz. Resgatei sentimentos que me fazem feliz. Tentando de todas as formas resgatar algo que sobrou dentro de mim que não tenha sido destroçado no furacão da insanidade.

Mas mantenho paixões antigas, frustrações engasgadas, dores que não se curaram. E isso retarda o processo de cura de uma maneira absurda. Se é que um dia isso terá cura. Eu rezo aos quatro cantos do universo que sim.

Eu me permito chorar, sorrir e me sentir bonita a hora que eu quero agora. Principalmente depois dos 13kg perdidos, uma calca 42 e um macacão M. Mas ainda me prendo a convenções estúpidas que não deveriam estar mais me incomodando.

A ausência de alguma coisa ainda assola esse coração descompassado. Não deveria ser assim, mas a verdade é que me falta algo. Um sentimento que o preencha por completo. 

A realidade é que a idade chegou com a precocidade de tirar algo de mim que eu sempre quis. Talvez eu não consiga ter filhos. Talvez Deus não quis assim ou a biologia descartou os meus fracos genes, na teoria darwinista mais sarcástica possível. 

A vida tem dessas. Talvez eu seja um repelente constante pra tudo. Eu só ainda não aprendi a me resignar com qualquer desígnio. Seja ele destino ou o que você quiser chamar. 

Minha alma grita, incessantemente. Só quero saber onde esses gritos irão chegar.


sexta-feira, outubro 01, 2021

Don’t hurt me

Era só platônica a visão que eu tinha de você. Continua sendo e vai ser por muito tempo ainda. Não há necessidade de se esconder, de ter medo. Esse meu mundo fantasioso já foi povoado pelos pensamentos de conversas longas e trocas de olhares. Você pode fugir pro planeta que quiser, meu pensamento vai estar enraizado no seu.