domingo, março 29, 2009

eu já disse nesse blog que as lágrimas não são salgadas a toa...

sábado, março 28, 2009

Há dias escuto Radiohead incessantemente. Depois do show algo mudou em mim e não sei explicar. Nem quando vi o Chris Cornell, esse impacto todo caiu sobre minha cabeça.

Estou semanas acompanhando o desenrolar do show e as impressões das pessoas com relação a ele. Entro nas comunidades do orkut pra ficar vigiando o que as pessoas falam, como num voyerismo latente.

Em plena quarta feira, o dia mais power da minha semana, entro em uma das comunidades e um garoto tá falando mal do show horrores. Óbvio, ninguém é obrigado a pensar e gostar daquilo que a gente gosta.

Pensei em evolução. Entrei lá e deixei um recado. Mas as coisas cresceram absurdamente e lá pelas tantas da manhã, li um recado de um outro garoto, falando de música alternativa. Na hora pensei nos anos 90. e nada mais propício me veio a cabeça.

"A música alternativa acabou quando o Kurt enfiou uma bala na cabeça"

Não é uma mentira. Todas as bandas alternativas continuam aí, ou pelo menos a grande maioria dela. Mas tenho visto desde 94, um declínio exponencial das bandas em surgirem com algo genuíno.

Vamos concordar que tem muita banda alterativa que é uó. E tem muita coisa boa que nunca conseguiu alcançar o tão imaginado sucesso.

Se me falassem isso em meados de 1997, eu ia mandar todo mundo ir catar coquinhos lá no mato. Mas a verdade é que hoje, aquelas bandas alternativas não existem mais. elas se misturam ao meio de tantas outros estilos feitos agora e aparecem como uma referência quase dinossáurica. O Weezer continua genial. O Mudhoney sujo. Mas hoje é a vez do emo.

Fato é que ouvi por muitos anos que o Kraftwerk era o ponta pé inicial da música eletrônica, e depois de tantas outras coisas eletrônicas ou parecidas com isso que já ouvi, achei o show maçante. Quem viu aquilo tudo crescer, com certeza viu o show com olhos diferentes dos meus.

Nao dá pra ter xiistismo na vida. Apesar da minha brincadeira constante em ser xiita com alguns artistas, isso não existe. Tem que reconhecer que aquele álbum que gravou não tem a mesma qualidade. Pode ter pérolas jogadas no meio dele, mas não ter qualidade. O último album do Chris Cornell poderia ter ficado na gaveta. é difícil entender o Amnesiac do próprio Radiohead de cara.

Não dá pra renegar que a banda evoluiu, mas vai jogar fora o que ela tem de bom? Peraí, minha gente! Eu quero ter 80 anos e cantarolar no meu Alzheimer 'i'd rather be an animal'. E o Pearl Jam hoje é mais leve, mais folk, menos centrado naquele rock n' roll básico do baixo-guitarra-bateria.

Nas minhas poucas convicções, eu sei exatamente o que estou falando. Vi o Billy Corgan subir, atingir o auge e declinar estrondosamente. Vi o Lemonhead de pertinho e o Evan Dando cantar nos shows a porstura mais 'fuck the fans' possível. Vi o Silverchair no momento adolescente mais foda e adulto mais maduro possível. Vi o Bad Religion fazer punk rock de qualidade há uns, pelo menos, vinte e cinco anos. Vi o show animal do White Stripes e a mesma fórmula chata e repetida em todos os discos. Vi bandas que sumiram, que fizeram um disco só. E vi bandas que cantaram a sua historia.

Hoje vejo música de um aspecto diferente. Música tem que ser boa, não importa se alternativa, popular, dançante ou afins, tem que ter qualidade. E qualidade poucos conseguem ter.
Quero estar ao seu lado, sentada no muro do mirante. Pra que você ouça a mesma voz que eu e me entenda. No silêncio de nossas cumplicidades.
Dancing again...in the bedroom...with my arms wide open...


;)

segunda-feira, março 23, 2009




And somewhere we will meet

Eram quase quatro da tarde a hora que entrei na chácara do jockey. A chuva tinha dado trégua e o sol brilhava escaldante. Há mais ou menos uma semana que notei que iria ver uma das mais importantes bandas de minha vida. O nervosismo só cresceu e a cada dia que passava a expectativa era maior.

Olhei pro palco e pensei: "Hoje vai ser foda segurar". Sentei perto de onde seria a transmissão do show, com uns amigos, mas por ironia do destino, acabei indo parar do outro lado.

Vi o show dos Los Hermanos apertada entre pessoas estranhas e desagradáveis. Mas não me contive quando eles tocaram "Sentimental". Minha amiga pedia, não chore, mas não deu. Relembrar de coisas que consegui superar, me fez derramar lágrimas de vitória.

Resolvi voltar pra perto da grua, achando que ia melhorar o meu campo visual. Mentira, nada estava melhor. Mesmo tendo assistido o show todo do Kraftwerk por lá. Resolvi voltar pra onde eu tava, mas a multidão se aglomerava cada vez mais e não consegui chegar nem próximo de onde eu e minha amiga estávamos. Me perdi.

De repente, as luzes se apagaram e algo começou a acontecer. O som da "15 Step" iniciava e eu queria ver o Thom entrando e não consegui. As primeiras frases surgiam e o frio na barriga começavam a aumentar. Fui me afastando já que não conseguia mais chegar onde eu estava, e vi o palco todo.

Uma imensidão de luzes tomava o lugar e minha garganta só conseguia gritar. Quando escutei os primeiros acordes da "There There", já não estava mais em mim. O mundo era aquele lugar cheio de lama para todos os lados. Gritei do fundo dos meus pulmões: "just cause you feel it, doesn't mean is there...there thereeeeeeee....". Enquanto isso dançava frenéticamente olhando pras luzes.

Me deu os cinco minutos e resolvi voltar a pisar na lama novamente, cruzei toda a chácara enquanto tocava "The National Anthem", que teve até transmissão de uma rádio de Campinas no começo. tentava voltar pro lugar de origem. Enquanto conseguia me acertar ouvi "All I Need". Majestosa "Pyramid Song" apareceu. Linda, dolorida, surreal.

Quando olhei para o lado, não vi nenhum conhecido mais. E daí pra frente ele emendou "Karma Police". Eu olhava pro céu cantando: "For a minute there i lost myself, i lost myself". Eu estava perdida e sozinha via aquilo tudo, sentindo, sonhando.

"Nude" veio pra matar. Eu tentava ficar na ponta dos pés pra ver se enchergava o Thom, mas nada. só dava pra ver o telão mostrando os quatro integrantes, em um colorido fascinante. "Now that you found it, it's gone". Yep, it was. Eu queria sorrir e chorar e tudo ao mesmo tempo.

"Weird Fishes/Arpeggi" foi um dos pontos altos pra mim. Eu queria tanto ouvir essa música que nem me importei em não estar os vendo de perto. Levantei a câmera e gravei um pedaço, pra que naquelas horas de saudade eu possa rever e lembrar que tudo que é bom dura pouco.

"I'd be crazy not to follow. Follow where you lead. Your eyes. They turn me". Eyes, silk skin eyes. "And thiiiiiiiiiiiiiiiiiiis is my chanceeee". Yep, it was.

Eu clamava pela chuva em "The Gloaming". Teria sido mais perfeita do que foi. Mas quando "Talk Show Host" começou, eu resolvi cruzar a lama novamente e ir até o outro lado, de onde eu via e não era esmagada.

Parecia que o destino sabia que eu tinha encontrado meu lugar, porque foi eu olhar pro palco e "ooooooo ooo oooo....ooo ooo oooo...", "Optimistic" começou me rasgando por dentro. Ali eu podia pular e girar que ninguém me incomodava.

"Faust Arp" veio pra acalmar meus ânimos. Minhas pernas já doíam de estar em pé e pular que nem mola. E foi bom, porque eu retomei o fôlego pra cantar e pular tudo em "Jigsaw Falling Into Place", mais um dos pontos altos do show pra mim.

"Before you run away from me. Before you're lost between the notes. Just as you take the mic. Just as you dance, dance, dance"

Ah silk, éramos nós. Certeza.

Não deu tempo de terminar pra "Idioteque" aparecer. "Throw me in the fire, throw me in...". Podia me jogar onde quisessem, desde eu ficasse ali ouvindo aquilo por horas.

"Climbing Up the Walls" abriu a seqüêcia de músicas que ainda estavam por vir do Ok Computer. E eu fiz um silêncio sepulcral quando "Exit Music(For A Film)" começou. Era a hora de ouvir o Thom cantar e olhar atônita no telão. Minha adolescência gritava em mim. Gritava insistente. E eu dizia a ela: "We hope that you choke, that you choke".

Depois disso, o que viria era lucro. Eu tinha chegado no auge. Era tudo e mais que isso era só uma complementação de que as coisas nessa noite se tornariam perfeitas. "Bodysnatchers" veio e de repente o palco apagou.

Mas em menos de alguns minutos, o piano apareceu e nele estava sentado o Thom Yorke, cantando "Videotape". Na frustração da partida cantanda de alguém, a estrofe que definia tudo: "No matter what happens now. I shouldn't afraid. Because i know today has been. The most perfect day i've ever seen".

Quando o violão de "Paranoid Android" começou, um arrepio correu pelo meu corpo todo. Épica, não poderia ter sido diferente. Eu abria os braços pra cantar: "Rain Down, come on rain down on me. From the great height...from the greaat heeeeeight...". Há quem jure que choveu. "the panic, the vomit...the panic, the vomit..god love his children, god love his children yeaaaah..."

Mais lindo ainda foi ter ficado em silêncio pra ver 30 mil pessoas cantando "rain down...rain down, come on rain down on me...", mesmo depois da música ter acabado. Thom sorriu e continuou com o refrão "that's it sir...your leaving...". Mais épico que a própria música.

De repente, tudo silencia. Thom e o violão começam "Fake Plastic Trees". Causou mais arrepios que a anterior. E indeferívelmente as lágrimas vieram aos meus olhos. "She looks like the real thing, she tastes like the real thing. My fake plastic love". Eu tinha 14 anos novamente. E eu gritava dos meus pulmões "If i could be who you wanted, all the time". Não deu mais. O limite da minha sanidade tinha chegado. Aquilo era irreal, insano, como minha mente sempre foi.

Quando eu ouvi ele cantar logo em seguida "I'm on a roll, i'm on a roll this time...", minhas pernas já não me obedeciam mais. Tudo doía da cintura pra baixo. Era um entorpecimento masoquista. Era o peso da verdade em cima de mim. "Kill me again, with love. It1s gonna be a glorious day. Pull me out of the airchash, pull me out of the lake. Cause i'm your superhero, we are standing on the edge". E daí saiu o palavrão. Eu queria correr aquele lugar todo. De braços levantados. Eu queria que minha voz chegasse mais longe que a velocidade da luz. e que minhas lembranças não se apagassem nunca mais.

"Reckoner" veio lindinha. Dando aquela vontade de dançar abraçadinho de perto com alguém. Falar palavras desconxas de amor, de olhos fechados. Sem se preocupar que o mundo é esse que a gente vive.

Tudo apagou de novo. E "House of Cards" veio quebrar as vozes da galera que gritava insistentemente Radiohead. "I don't wanna be your friend. I just wanna be your lover...". Caiu-me muito bem.

Em "You and Whose Army", a câmera focando os olhos do Thom bem de cima. Foi uma visão espetacular. Clássica. em meio a palvras desconexas Thom misturou antes de começar "Everything Is In The Right Place", frases de "True Love Waits", para os mais atentos. E depois, vi a cena clássica de Vanilla Sky, com a cidade de Nova Iorque totalmente vazia. Minhas lembranças eram mais fodas do que eu mesmo imaginava.

Eu achei que terminava ali. Mas de repente, em meio a um improviso absurdo, o Radiohead provou que é uma banda que evoluiu com o tempo. Aos primeiros acordes de "Creep", metade das pessoas soluçavam compulsivamente, outra parte pulava como se fosse a primeira vez e a outra parte gritava com comvicção: "I'm a creep, i'm a weirdo, what the hell am i doing here, i don't belong here". eu olhava pro céu, de braços abertos e só podia concordar.

Crescemos. Mas nunca esquecemos realmente quem somos.

Ao Radiohead, o meu obrigado. A mim a liberdade do resto das correntes. Finalmente eu estava livre.

quarta-feira, março 18, 2009

"Before you run away from me
Before you're lost between the notes
Just as you take the mic
Just as you dance, dance, dance"


Radiohead - Jigsaw Falling into Place
"In the deepest ocean
The bottom of the sea
Your eyes
They turn me
Why should I stay here?
Why should I stay?

I'd be crazy not to follow
Follow where you lead
Your eyes
They turn me


Turn me on to phantoms
I follow to the edge of the earth
And fall off
Everybody leaves
If they get the chance
And this is my chance

I get eaten by the worms
Weird fishes
Get towed by the worms
Weird fishes
Weird fishes
Weird fishes

I'll hit the bottom
Hit the bottom and escape
Escape"


Radiohead - Weird Fishes/ Arpeggi

Your eyes...

domingo, março 15, 2009

"you can try the best you can, you can try the best you can
the best you can is good enough..."


Radiohead - Optimistic

Tem frases que fazem sentido sempre...

sábado, março 14, 2009

My life seems so easy sometimes...seems so better when you're around...seems so wonderful with you silk skin...your soft skin...my skin...

domingo, março 08, 2009


E vinte nove anjos me salvaram, e tive vinte nove amigos outra vez

Sempre acreditei que quando um ciclo se termina, grandes realizações aparecem...e nada foi mais provado que isso nesse último ano...

Não posso mentir que este último ciclo aconteceram só bons feitos...toda transformação tem coisas boas e coisas ruins...

As ruins, não esqueci...mas superei...de cabeça erguida...olhando sempre pra frente...

Não se pode olhar pra trás...o que passou, ficou...e o que há por vir, será melhor...

Esse ano descobri coisas importantes...que a família é insubstituível...e que nada nesse mundo supera a dor de vê-los sofrer...mas que você consegue se manter são e ajuda-los a dar a volta por cima...eles me deram a vida...e eu devo ela a eles...é a base...é tudo...

Amigos são a família que a gente escolhe...que você fala as maiores besteiras...que ri, chora...está presente nos micos das bebedeiras...e que quando você não os vê, os olhos se enchem de alegria de ouvi-los dizer seu nome...eles são as cores...te dão as mãos...e te enchem de boas lembranças...

Amar independe de qualquer vontade...é inato...não se aprende...nasce sabendo...e dá aquele friozinho gostoso na barriga...aquela saudade apertada no peito...aquela lembrança do sorriso em uma tarde gostosa de domingo...

Um ciclo...Ciclo com começo, meio e fim...com um novo recomeço...recomeço de novas recordações...de novas alegrias e claro...de muitas histórias pra contar...

Aos 29 sou mais mulher...mais madura...mais linda...mais eu...ha!

"Only love can leave such a mark" (u2 - magnificent)