segunda-feira, julho 27, 2009

O cheiro das nuvens é doce

Enquanto via a cidade toda coberta de cinza da janela do avião, me bateu mais ainda a saudade. Enquanto tudo era tão pequenininho e os caminhões pareciam de brinquedo, dava pra tocar tudo somente com a palma da mão.

Notei que caia uma garoa fina pelas gotículas no vidro, e que lá embaixo deveria estar tão frio quanto a ensolarada POA.

Meu estômago retorceu na descida, mas quis ficar de olhos bem abertos pra ver tudo, sentindo as rodas tocarem no solo. Enquanto ele pousava, sentia o cheiro doce das nuvens.

Minha memória sensitiva me troxe pra perto daquilo que sempre me faz bem. Sem perceber, meu nariz doia aquela dor de quando os olhos enchem de lágrima e finalmente sorri, por estar nessa cidade que amo tanto.

Aqui tudo é tão diferente. Tão surreal, que às vezes esqueço de todos os problemas que essa cidade tem. Mas aqui está tudo o que sou. A saudade da minha família, dos meus amigos, da pele de cetim, era estrondosa. Meu coração pulava insistentemente.

Quando vi minha mãe se aproximando, uma alegria contagiante cresceu em mim. Minha casa estava mais perto, minha vida estava tranquila novamente.

Vim tagarelando pela cidade cinza e com aquela garoa fina. Contando dos causos, das decepções, das risadas, das coisas boas. Nem percebi o tempo correr. O trânsito, a fumaça e as businas.

E quando entrei na minha casa, abri os braços de missão cumprida. Com os meus méritos, minhas satisfações.

Fechei meus olhos e lembrei da pele de cetim. Que falta você me faz. Que sorriso lindo tens quando fala. Que vontade de te ter ao meu lado assim, pra sempre.

Rever a família é muito bom. Rever os amigos, bom demais.

Mas hoje em especial, lembrei de ti. Das pequenas coisas que faz. Dos pequenos gestos. Da simplicidade que encara as situações. Do seu constante humor. Me trás aqueles desejos sabe, incontroláveis. Loucos. Instintivos por natureza.

É impossível não gostar de você. De suas mãos e de seu inconfundível jeito de ser. Cada vez acrescenta mais ao meu consciente o que já não guardo mais no inconsciente.

E toda vez é a saudade do beijo, de deitar no seu colo. De passar a mão em seus cabelos. De dizer aquelas palavras desconexas e as mudas que só nós sabemos escutar. Você torna tudo o que me rodeia colorido demais.

Aquele mundo bege morre toda vez que me abre o sorriso. É um mistério que existe em você. És minha esfinge. Devore-me.

E se isso é amor, é loucura, é desejo, é necessidade, não me importo, quero pra sempre. Até o último sol brilhar.

quinta-feira, julho 16, 2009

aaaaaaaaaaaaaaaaaah silk, só você me entende tão fofamente ;)

segunda-feira, julho 13, 2009

silk vc é sempre tudo aquilo que quero, que ronda meus pensamentos, que tira meu sono...vc é o pedaço mais lindo da minha vida...
odeio esconder as coisas...gosto de tudo claro e transparente como água...

segunda-feira, julho 06, 2009

Ah silk, cada vez mais vc me surpreende. Cada vez mais vc está nos momentos mais inusitados, mais lindos, mais indiscritíveis da minha vida...

Adoro-te, cada vez mais.

quinta-feira, julho 02, 2009

Abro esse blog há exatos sete dias pra escrever algo. Toda vez vou e faço algo diferente que me dispersa da escrita. Me some as palavras na hora de escrever. O que dizer. Como me expressar.

Nesses últimos sete dias eu revivi um pedaço da minha infância de novo. Infância pura, até meus 12, 13 anos.

Essa história de o Michael Jackson ter morrido mexeu comigo. E não por ele ter sido em si que o foi, porque foi e não dá pra negar, mas pelo fato de que desde pequena (e quero dizer de idade, óbvio) fui muito fã dele.

Mas não tô dizendo assim, fui muito fã só porque ele morreu. Estou dizendo porque fui muito fã mesmo. Mesmo, demais. De ficar doente de ver o cartaz do novo álbum na loja e querer. De chorar vendo os clipes. E de ter aquela dor de nunca poder tê-lo visto até a minha presente idade.

Depois, quando cheguei a adolescência madura o esqueci. E seus discos ficaram ali empoeirados na estante.

Mas quando abri a internet na quinta feira passada (25/06), meu coração veio a boca e meus olhos encheram de lágrimas quando vi pela TV a notícia do seu fim.

No fundo senti aquela dor genuína, meio infantil, meio fã ridícula que muitas pessoas sentiram. Era estranho alguém tão distante mas que foi tão presente na minha infância ter morrido assim, de repente.

Não é porque alguém morreu que virou santo. E ele nunca foi santo. Mas pra mim era como se um super herói dos quadrinhos tivesse morrido. Porque ele era uma figura. Num era um ser humano assim comum como eu. Como vou explicar isso pra vocês?

Ele era, mas não pra mim.

Quando abri a internet aquele dia e vi a notícia não acreditava que era verdade. Porque em minha mente eu tinha uma grande cena, de meus filhos assistindo TV comigo e em uma pequena nota esquecida no jornal, alguém dissesse "morre Michael Jackson, o Rei do Pop".

Aí, eles me diriam "mãe, quem era esse? olha que zuado! e essas roupas? affff...". Eu riria e diria "é, o Michael Jackson foi muito famoso. Coitado teve uma vida infâme e desgraçada esse garoto...". E contaria em breve cinco minutos o auge e a sua queda.

Infelizmente, só conseguia pensar numa coisa: "Caraca, que merda! Será que já faz tanto tempo assim?"

Faz. Faz tanto tempo assim que eu chorava pelo MJ e que eu jogava Moonwalker insistentemente no Mega Drive. Faz tempo que já não sou mais criança e que não ouço mais "Man In The Mirror".

E nessa última semana, tirei os cds empoeirados da estante, os coloquei pra rodar. Não dá mais pra ter 13 anos novamente. Mas dá pra lembrar e ser feliz. E sentir saudade de ser inocente.

Espero que ele finalmente descanse em paz de tudo que lhe aconteceu. Assim como a minha infância que está em paz na memória, inocente, inabalável.