terça-feira, novembro 29, 2022

Don’t turn your back don’t leave

 Meu coração explodiu em mil cacos difíceis de se juntar. É a dor que vem em querer suprimir sentimentos e sensações as quais eu não consigo mais esconder de mim. Antes tudo ia pra um buraco negro onde eu não precisava remexer. Nem precisava lidar.

Sempre foi fácil viver com amores na imaginação. Sorrisos que me alegravam as madrugadas por saber que o irreal era algo confortante. E que nunca me machucaria. Nunca me faria sofrer. 

Mais eu tenho que lidar com esse sofrimento de viver com a realidade é ela dói e me machuca tão profundamente que qualquer possibilidade de eu ser sincera com o que sinto já me causa um pânico que não cabe no meu peito.

A fantasia sempre fez parte de mim. Lá eu posso ser quem eu quiser. Lá eu posso tocar e ter quem eu quiser. Mas nesses últimos tempos eu tenho tentado viver na realidade e ter um maldito sinal da vida ao qual eu grito desesperadamente.

Eu digo que tudo é um amontoado de coincidências, mas lá no fundo eu não acredito em coincidências. E não posso mentir pra min que o que sinto não é real. Porque é. Todos os caminhos se entrelaçaram na minha frente, me colocaram em frente a um destino e eu deixo as oportunidades de colocar pra fora o que eu sinto escorrerem pelas pontas dos meus dedos.

Deve existir alguém que escute essas palavras desconexas. Que entenda que minha solidão é real. Que o meu tempo parece estar correndo contra mim. Que eu vejo a vida passar pelos meus olhos. Mas eu não consigo ser forte o suficiente pra ouvir mais negativas.

O belo castelo que criei simplesmente está desmoronando bem em frente aos meus olhos. As lágrimas salgadas voltaram a povoar meu rosto, caírem sobre meu peito, escorrerem amargas pela minha garganta e elas só aparecem quando algo muito importante está se desfazendo.

Eu crio diálogos, sou inventiva, só penso em finais felizes. Mas meu coração parece estar fadado a ter finais tristes. Escuros. Minha alma se sente rasgada. Meus pulmões cheios a ponto de explodir por um afogamento inexistente.

Eu me acovardo. E sou grata por migalhas. Eu quero dizer aquilo que preciso, pra me sentir livre, mas não me sinto forte o suficiente pra sofrer novamente. Essa mente tá muito machucada. O mundo me cuspiu tantas vezes que um não é a maior dor que eu possa sentir nesse momento.

Eu continuo olhando pro meu coração em cacos. Dilacerado em minhas mãos, ele sangra. Ele para. Ele dói. E eu coloco ele no mesmo lugar, porque é o que sobrou pra me manter em pé.  

sábado, novembro 26, 2022

Rat in a cage

Alice entrou de novo no buraco, dessa vez sem coelho e cheia de pílulas que a faziam encolher, aumentar e dar uma sensação de torpor que sua cabeça já conhecia. Mas dessa vez ela foi atrás do Chapeleiro Maluco. Só ele a entendia, só ele poderia completar a falta de um pedaço da alma que ela havia deixado no país das maravilhas. Ironicamente, ela só conseguia ouvir sua voz lhe chamando, mas por mais que corresse ou visitasse todos os lugares que conhecia daquele mundo, ela não o encontrava. Metade de sua alma gritava por voltar, mas parecia inútil. Só o sono profundo fazia com que ela conseguisse vê-lo. Será que dessa vez a rainha de copas finalmente cortaria sua cabeça? Será que o chapeleiro precisava dela tanto quanto ela precisava dele? Perdida naquele mundo, ela só queria dormir, para que encontrasse paz no seu coração. 

segunda-feira, novembro 21, 2022

Anything

Eu só quero esticar minhas mãos e trazer você o mais perto que eu possa, pra te confidenciar sussurrando em seus ouvidos os meus mais sinceros desejos.

terça-feira, novembro 15, 2022

In my mind

 Parece que aquele dia que tem algo preso no peito, as palavras simplesmente fogem das mãos. O dia que aquela angústia, um vazio, uma sensação de impotência que te pega de uma maneira inexplicável e a dor parece que se espalha sem fazer esforço nenhum é o dia que a  cabeça para e só consegue sentir o que a alma grita por dentro.


Eu me pergunto quanto tempo eu tô perdendo em todas as escolhas difíceis que eu faço. Ou se eu fiz da minha vida uma escolha difícil. Dentro de mim reside aquela confusão do que é real e não é. Aquilo que quero e aquilo que não sei se vou conseguir atingir algum dia. A eterna briga de querer prever o futuro antes mesmo que ele aconteça. 

sexta-feira, novembro 11, 2022

PDA

Foi fácil fechar os olhos e carregar você comigo no coração durante esses últimos dias. Querer que você estivesse naquele meu mundo, vivendo talvez uma experiência totalmente diferente da minha, mas que pudéssemos compartilhar depois. Meu coração quis explodir em muitos momentos. Felicidade, medo, saudades. Mas eu fui firme e aqui estou. A cabeça não para de pensar em você, o coração não para de bater por você. A minha vontade não some e um pedaço da minha alma está preso a você. 

quinta-feira, novembro 03, 2022

Spiralling

Toda vez que tenho que me adaptar a uma nova mudança, me vejo em uma espiral de não saber se irá dar certo ou se simplesmente vou continuar estagnada no mesmo lugar. Tem horas que me pergunto o que mais eu posso fazer porque já fiz tudo e mais um pouco além daquilo que gostaria. 

Às vezes eu tento fazer piada com a minha condição. Mas a verdade é que ela me deprime e me apavora em certos momentos. É uma sensação de vazio e estar só constante. É uma sensação de derrota a cada momento que eu deixo um pensamento negativo ou alguém com qualquer atitude me ferir de maneira plena.

Eu nunca soube lidar com situações as quais eu sinto que tenho que me impor e mostrar o meu real valor. Eu me acovardo e deixo as pessoas tomarem rápido o lugar que eu gostaria que fosse meu. Eu tento a todo custo ser alguém diferente e aí vem outra pessoa e toma pra si o protagonismo de tudo aquilo que eu vou construindo com pequenos ladrilhos.

Eu me acovardo frente a situações, principalmente quando elas dizem respeito aos meus sentimentos e minhas vontades. A barreira que me impede é tão real, que eu logo quero me esconder num canto com medo de ser ridicularizada por qualquer situação.

Eu admito, tenho medo de ser ridicularizada. Já fui muito. Tanto fisicamente, quanto psicologicamente. E fisicamente é o que mais me dá medo e me lembra da explosão de sentimentos ruins que eu ainda tenho ao relembrar disso.

Eu posso falar mil vezes sobre mudanças e sobre o como tudo isso me afetou positivamente, mas a verdade é que não me vejo. Não me enxergo. Me olho no espelho e não me acho agradável, bonita ou atraente. Não me sinto segura, não acho que eu tenho argumentos melhores que qualquer outra pessoa pra conquistar aquilo que quero. Ainda me sinto aquela menina de 15 anos, esquisita, com os cabelos presos, de óculos e que se enfiava no fundo da sala, coberta pelas roupas largas e os olhos fixos na folha de caderno fingindo não ouvir as pessoas caçoando do quanto desengonçada eu era.

Eu ainda sou essa menina, que quando se vê em frente a um impasse, uma situação em que precisa confiar em si mesma, sente a mesma sensação de profunda tristeza em saber que as pessoas se importam tanto com o que veem e não com o que sentem de verdade.

Eu não tenho vergonha de me expor de maneira negativa. Acho que tenho esse comportamento exatamente porque esse lugar é onde me sinto mais confortável. O de me sentir ridicularizada, o de achar normal que alguém me ridicularize. O de achar natural alguém vir e querer levar aquilo que eu gostaria porque me sinto inferior e incapaz de me impor como gostaria.

O medo ainda me paralisa. O medo ainda faz com que eu perca a confiança naquilo que todo dia tento construir.