quinta-feira, janeiro 19, 2023

Ever thought of calling, darling?

Sobre ver e sentir sinais e estar aterrado com os pés no chão. Cada sinal é uma pétala que se desfaz. Cada silêncio é um espinho enterrado no coração. Cada movimento é um saber e não saber que se confundem num tempo e espaço tão relativos que segundos parecem horas. Voltar não dá e seguir em frente ficou suspenso no ar. Pois os pés fincaram. E os olhos ainda não estão totalmente abertos pra ter clareza sobre tudo aquilo que ronda o imaginário. O futuro não existe, ele é só uma ideia. Uma faísca do que ainda vai acontecer, que não está predestinado. Traçado só tem o presente. E nesse presente tudo parece caminhar lentamente. A pressa só existe dentro de mim. A pressa de que o tempo parece correr contra mim, mesmo ele sendo mais devagar do que meu cérebro consiga processar. Mas o sinal martela, grita, explode por dentro. Vem avassalador, arrancando tudo aquilo que se pensou um dia. O que está por vir não está mais em minhas mãos. Escorregou. Fugiu. Saiu do controle. Eu não tenho controle, nem tenho respostas pra tantas vontades reprimidas.

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