terça-feira, janeiro 12, 2016

Ground control to Major Tom

Vi Bowie em 97, em um dos primeiros shows que fui em vida. Naquela época, o mundo da música começava a se atrever a vir ao Brasil e Bowie foi um presente que recebi naquela noite. Eu não tinha expectativas, afinal, tinha 17 anos e entendia muito pouco de referências. Mas a experiência de vê-lo ao vivo foi tão intensa, tão vivida, que sempre que me perguntam qual um dos melhores shows que vi, David Bowie tá praticamente no topo.
Um som alto, limpo, insano, uma lenda que caminhava no palco e não se importava com quantas pessoas tinham naquele local e se elas prestavam ou não atenção a sua performance. Era um gosto e uma determinação impar que ele demonstrava, fazendo qualquer ser humano que fosse capaz, de se arrepiar com sua voz impecável.
A noite terminou incrível, com a famosa chuva que assola novembro. Ainda guardo o ticket daquela apresentação. Uma relíquia pra mim.  Sai de lá com a sensação de que tinha visto um ícone, mesmo, pela primeira vez.
Minhas referencias de rock antigo sempre vieram do meu pai. Nunca foi muito fã do Bowie, mas tinha ficado tão impressionado quanto eu na apresentação do homem. Eu fui buscar outras referências por mim e por graça própria, virei fã do starman.
Hoje quando li a noticia de sua morte, me pareceu tão irreal. Como se aquele homem não pudesse morrer, tivesse o status de imortal, de alguém que não vai desaparecer nunca, por muitos e muitos anos a fio.
Sei que não vai, a obra é eterna, algum maluco daqui a 150 anos ainda vai ficar impressionado com tanta androginia, tanta genialidade, tanta visão de arte que tinha esse ser de outro mundo. Porque ele não era daqui.

Rest in peace, starman. Come back to your space oddity. You sold the world to a rebel, Ziggy. God bless you.

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