quinta-feira, janeiro 28, 2016

Como se eu quisesse voltar no tempo e não ter feito certas coisas que fiz. 
Como se tudo fosse mudar e de repente eu não tenho como segurar isso. 
Como se estivesse na iminência de acontecer e fosse mudar tudo, me deixando no desespero, no caos. 
Como se as minhas pernas não fossem responder aos meus estímulos quando eu tentar correr. 
Como se meus olhos já não enxergassem mais o que eu procuro e tudo se resume ao mais escuro lugar, onde é frio e úmido.
Não sou eu, é meu corpo que grita desesperadamente por alguma coisa.
Minha alma que bate insistentemente pelos meus ossos, me deixando claro o que ela tanto quer.
Mas eu não consigo distinguir...
São gemidos e gemidos insistentes na minha cabeça, me deixando louca, me arrancando pulos, me levando junto com a Mãe insanidade.
Grito e grito e grito, "não quero ir, não quero ir", mas ela não me ouve, nada me ouve e tudo são mãos geladas que passam pelos meus cabelos e uma voz rouca que me diz lenta "eu não vou te machucar".
Me assuta, me apavora a idéia de dar as mãos a isso e seguir em frente.
Quero voltar pr'aquele quartinho escuro de novo.
Quero ficar lá e não falar mais nada.
E ali, aquela voz vai embora e a voz doce chega perto dizendo que tudo vai ficar bem.
Agonia, que cresce e que toma conta, algo explícito que eu não quero ter que encarar.
"Me deixe em paz", grito inutilmente e quando abro os olhos, sinto o suor escorrendo pela testa e uma luz fraca saíndo de um som.

Me deixe dormir e não volte mais.

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