segunda-feira, junho 22, 2015

Cinderela in Wonderland

A maioria dos meus textos, pra não dizer todos, tem alguma alusão ao País das Maravilhas. Porque raios, mesmo depois de tantos anos, não consigo me livrar do mundo de sinestesia que esse livro criou tão vividamente em minha cabeça, eu mesmo não sei.
Eu pensava sobre isso enquanto assistia a mais recente versão de Cinderela. Os contos de fada nunca me apeteceram. Eram tão iguais, tão chatos, tão viveram felizes para sempre, que não trás a tona nada daquilo que me pareça palpável.
Aliás, dizem as más línguas, que contos de fadas só fazem com que as pessoas criem mais expectativas sobre qualquer aspecto na vida do que elas mesmas possam imaginar. Tudo dá certo. Tudo tem um para sempre. É permanente, imutável, tão lindo e tão belo que chega a ser irritante.
Não, Lewis Carroll não criou um mundo palpável, pelo contrário. Ele é tão surreal que trás a sua imaginação tantas possibilidades que a sua própria mente possa criar. Seria isso uma metáfora pra vida? Uma metáfora pro subconsciente? Ou seria isso só uma estória qualquer sem propósito nenhum?
Não sei. Eu mesmo ainda me pego fascinada, entendendo outras nuances a cada vez que leio a estória e que ela vai se transformando a cada passagem diferente, saindo do comum e me fazendo enxergar e entender de outra maneira a cada ano que se passa na vida.
A maioria das mulheres querem ser Cinderela. Usar um sapatinho de cristal, dançar num baile com o príncipe lindo e rico, que sempre vai lhe prover e lhe proteger. Cair no buraco do País das Maravilhas não, te trás vida, sonho, medo e excitação, tudo junto.
Muito mais legal esse tal de Pais das Maravilhas.

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