quarta-feira, março 26, 2008

Eu acho engraçado como vejo as pessoas hoje em dia. Como me comporto diante de uma determinada situação. Como entendo que as pessoas se iludem por promessas vazias.

Hoje em específico, passei por duas situações diferentes. A primeira foi na hora do meu almoço. Estava sentada sozinha à mesa, quando ouço a conversa de duas mulheres. Uma aconselhando a outra como ela deveria agir frente a uma situação bem complicada.

Pelo que me pareceu, ela estava com alguém que era casado, e esse referido sujeito, diz a ela que irá abandonar tudo pra poder ficar com ela. Típico papo da amante apaixonada. E do sujeito que diz ser sua esposa uma louca por completo.

Hoje, eu não penso mais no caráter duvidoso de uma mulher que se envonve com uma pessoa comprometida. Eu penso no mau caratismo do sujeito que como milhares de outros sujeitos não pensam que estão ferindo duas pessoas ao mesmo tempo, só pra ficar satisfazendo o seu capricho.

Mau caráter, em linhas bem claras. Pois ele sempre agirá assim, frente a tudo. Ele irá mentir e ludibriar a mente das pessoas envolvidas, e chegará ao cúmulo de jurar que está sempre dizendo a verdade.

Sinto em informar minha querida, mas ele não está te dizendo a verdade. Não desconfio que ele largará a esposa pra ficar com ela, pois ele fará. Mas será que ele estará dizendo a verdade? Sobre sua esposa, e sobre o novo relacionamento que irá começar?

Descofie daquelas pessoas que te dizem eu te amo muito facilmente. Aquelas que querem firmar um compromisso muito rapidamente. Aquelas que juram estar sempre dizendo a verdade, mesmo você vendo que elas estão mentindo pra você.

Hoje eu entendo que dizer eu te amo, é algo muito sério. Que a gente não diz assim como se fosse lá na gaveta, trocar de blusa. Amar é um processo longo, que dispende energia, e principalmente, sentimento.

Não dá pra quantificar sentimento. O que é amar muito? O que é amar pouco? O que é em números essa expressão muito ou pouco?

O que adianta alguém estar com você e não ser comprometido a você? Não participar do seu mundo, não se integrar aquilo que você gosta ou aquilo que você acredita? Não apoiar as suas decisões ou simplesmente secar as suas lágrimas em um dia que você chora sem motivos?

Brincar com os sentimentos dos outros assim é perigoso. E a lei do retorno é descrita pela física e sempre certa.

Eu fiquei pensando quantos anos essa mulher gastará acreditando nas mentiras que ele conta, e quanto anos mais pra ver que o futuro dela era aquele mesmo que estava prevendo.

Tive um sentimento estranho. Um misto de pena com empatia. Quis olhar nos olhos dela e dizer que deveira pensar muito, antes de tomar qualquer decisão. Mas seria inútil e eu, maluca.

A segunda situação, aconteceu comigo diretamente. Eu, mesmo no cúmulo do meu cansaço quis ajudar uma colega na clínica a guardar os materiais, pra que todos nós fôssemos embora mais cedo, afinal, dez da noite pra quem está no ar desde às sete da manhã, ninguém merece.

Quando voltei, ela estava desesperada achando que os tais materiais tinham sumido e eu já os tinha levado. Num ímpeto fiz uma brincadeira. E a verdade é que as pessoas não agem realmente iguais frente a uma situação.

Quando eu já estava indo embora, ela veio me dar uma bronca, como se eu tivesse feito o comentário com o intuito de ferí-la, por algum motivo.

Veja bem, eu a vejo uma vez por semana. Não a conheço a mais que nove meses e não sei como deve ser a vida que leva. Qual seria o motivo pra eu a ferir?

Se fosse antes, eu levaria essa bronca como uma ofensa. Mas pacientemente, eu tive a mesma sensação de quando ouvi a conversa das mulheres no meu almoço. A pena junamente com a empatia, é um sentimento esquisito de se descrever.

Ouvi o que ela estava falando, disse que tinha sido uma brincadeira, ela no mesmo momento rebateu dizendo que não, me deu a bronca e tudo o que eu consegui fazer foi passar a mão em seu braço e dizer "me desculpe", me despedir e ir embora.

O ser humano é mesmo um bicho diferenciado. Ele pensa o que quer, age como quer, fala o que quer e pricipalmente, fantasia a situação como quer.

Eu já fui protagosnista dessas duas situações. Já fantasiei acreditando em mentiras e promessas vazias, por sentir, mesmo sabendo que lá no fundo, as verdades eram mesmo as mentiras que eu sabia. Já ofendi pessoas que por brincadeira eu acreditei quererem me ferir.

Hoje simplesmente sinto. Sinto pra viver o meu mundo, sinto pra me relacionar, sinto. Não fantasio mais, porque sei que a gente sempre fantasia aquilo que nos faz melhores mas não aquilo que é real.

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