quarta-feira, dezembro 31, 2014

"And in the end, the love you take is equal to the love you make"

Beatles - the end

domingo, novembro 23, 2014

‘Você namora?’
‘Não, estou solteira faz um tempo’ – aquilo me desconcertou, pelo simples fato de me fazer lembrar de Daniel
‘Hum, que bom’
‘E você, é casado, tem uma namorada?’ – mesmo desconcertada, não tive vergonha de perguntar
‘Eu namoro, quero dizer, sou enrolado ai com alguém, mas nada que eu ache muito sério. Suponho que ela ache muito sério’ – ele riu
‘Nossa, como assim?’ – a minha curiosidade cresceu naquele momento
‘Faz tempo que estamos juntos, mas não moramos na mesma casa e nunca conversamos sobre casamento. Tenho que admitir que sou muito medroso pra isso’
‘Você tem medo de casar?’ – e ri olhando pra ele
‘Não é medo de casar. É medo de gostar de alguém de verdade, sabe? Dizem que as pessoas cometem loucuras por isso’
‘É, eu tenho que dizer que nunca senti isso por ninguém’
‘Viu! Você que é mulher tem medo! Imagine eu que sou homem!’ – ele riu olhando pra mim
Ao contrário de Louis, quando Matthew disse algo sobre mim, não me senti irritada. Talvez pela nossa proximidade avançada já em 3 semanas.
‘Não tenho medo, Matthew. Não sei se me apaixonei ainda. Daquelas paixões que todo mundo fala, vê em filme’ – eu conversava com Matthew como se estivesse conversando com os meninos de casa
‘É, isso eu tenho certeza que nunca senti’
‘Mas deve existir né?’
‘Eu já vi gente apaixonada de verdade, de fazer coisas ridículas’
‘Será que um dia a gente vai sentir isso?’ – eu perguntei sentindo meu rosto corar um pouco
‘Não sei, Alice. Talvez se a gente se permitir’
Matthew deu um suspiro e levantou de sua cadeira, esticando seus braços em preguiça e cansaço. Olhou pra mim e esticou suas mãos em minha direção.
‘Vamos subir, vai. Amanhã tem trabalho demais’
Estiquei minha mão e segurei na dele enquanto levantava
‘Ainda tenho que lavar a louça’
‘Deixa isso aí, neurose. Se você não lavar outro lava, não vou descontar do seu salário’ – ele riu e jogou seus braços sobre o meu ombro
Subimos e quando me despedia dele, Matthew me abraçou e deu um beijo em meu rosto, colocando uma mão por entre meus cabelos.
‘Boa noite, Alice. Durma bem’ – ele olhou pra mim enquanto falava isso sério
‘Boa noite. Durma bem também’ – eu me sentia desconcertada com aqueles dois olhos verdes próximos de mim

Matthew se encaminhou ao seu quarto e rapidamente entrei no meu. Rolei na cama de calor, de desejo e de desespero. O que eu sentia eu não sabia, mas eu sabia que era a primeira vez que sentia.

quarta-feira, outubro 29, 2014

Tinha um texto tão bonito escrito para um amigo que partiu e fui procurar nos meus arquivos e ele simplesmente sumiu. Perdi outra amiga esses dias, me fazendo pensar que a vida é realmente imprevisível.

A gente pensa no amanhã o tempo todo, corre feito louco em busca do futuro e de uma vida melhor e às vezes ou melhor, muitas vezes a gente esquece do hoje. De sorrir, de degustar uma boa comida, de tomar um porre memorável, de sorrir mais e de aproveitar as boas companhias que temos ao longo dos dias.

Me pergunto insistentemente se não estamos programados geneticamente a reclamar e estarmos emburrados, de mal humor a maior parte do tempo.

Um tempo que a gente conta em minutos, mas que na verdade corre sem que a gente mesmo perceba. Lutamos contra ele todos os dias, temos a pretensão de imaginar que ele não nos pegará, mas pega e nos leva embora sem que a gente perceba.

Mais un ciclo da vida se fecha. Infelizmente a gente não pode voltar atrás.

segunda-feira, outubro 20, 2014

O sono chega, mas o desejo o afasta. O que faço com ele?

quinta-feira, outubro 16, 2014

O desejo sempre me fazendo perder o sono, os sentidos, tudo.

segunda-feira, outubro 13, 2014

"Louis pela primeira vez tinha em seu semblante um olhar triste. Desconcertado ele olhou pra mim e secou novamente minhas lágrimas, passando a mão de leve sobre meu rosto, como num carinho.
‘Se agasalha bem e não vá embora sozinha a hora que chegar lá. Ligue para um de seus amigos te buscar, ok?. E me ligue quando chegar que vou estar esperando, certo?’
‘Tá, pode deixar’
Louis me deu um beijo leve no rosto e se afastou de mim. Quando virou de costas não pude conter um soluço preso na garganta.
‘Louis!’ – falei alto ecoando pelo aeroporto.
Louis se virou, olhando pra mim, com as mãos no bolso, voltando devagar em minha direção. Larguei minha mala no chão e fui de encontro a ele, lhe dar um abraço. Chorava muito quando o abracei pela última vez e dizia repetidas vezes.
‘Obrigada, muito, por tudo’ – fui lhe beijando o rosto e pude ouvir minha chamada de embarque.
‘Não se atrase’ – ele disse grave, quase sem voz, abaixando os olhos e  evitando os meus
‘Ok. Te vejo em breve’
‘Sim. Em breve’ – e apertou minha mão forte antes de soltá-la
Voltei ao embarque e quando me virei ele já não estava mais ali. Fui cheia de saudades e novidades. Uma viagem que me lembrei por muito tempo."
Os mortos retornam, às vezes, mas os faço voltarem rapidinho.

quarta-feira, setembro 17, 2014

I threw your shit into a bag and pushed down the stairs

I don't care, i love it ;)
"They call me white devil, black jesus, heaven closes, hell freezes"

everlast - black jesus

I'm back, baby ;)

sexta-feira, setembro 12, 2014

A música ainda soa como oração em meus ouvidos. Voltei a ter gosto por pequenos prazeres. Voltei a querer cuidar de mim acima de tudo o que está no mundo. Não é egoísmo. É um cuidar que ninguém sabe fazer além de você mesmo.

Ainda tenho súbitos de querer partir a um lugar que ninguém me conhece e fazer coisas que nem eu mesmo imagino.

Me permito a deixar cada lágrima escorrer pelo meu rosto, sem me sentir culpada de sentir. Mandei a culpa embora da minha vida, largando mágoas e esperanças vazias pra trás.

Não caio e não me abalo. A vida segue sempre em frente, quer o ser humano queira ou não.

Passo momentos em silêncio, só pra poder ouvir meus próprios pensamentos. E me permito sorrir ao ver o por do sol nessa cidade cinza, sem me preocupar com o tempo que passa. Faço barulho na madrugada.

Retornei a mim, depois de tanto tempo longe.
"Tardei, tardei, tardei
Mas cheguei, enfim
Pra cada adeus um nó
Cada conta
O fio do rosário que eu
Vim banhar, pra lhe dar
Tardei, tardei, tardei
Só na volta eu vi
Qual senda me levou
Qual me trouxe aqui
Pra encontrar você
Onde está, meu lugar?
Desceu pelo rio
Da terra pro mar
Um fio de prata que me leva
Tardei, tardei, tardei
Que na vinda eu quis
Pela primeira vez
Nunca mais partir
E esperar você
O meu lugar, onde está?
Desceu pelo rio
Da terra pro mar
Um fio de prata que me leva"

Rodrigo Amarante - Tardei

sexta-feira, agosto 01, 2014

"My house is haunted by wrong desire
And on my skin left the scent of indignation
And so they say baby, for everything a reason"


Carina Round - For Everything a Reason
Ainda escrevo, ainda vivo, ainda existo. Ainda respiro embaixo dessa pele endurecida. Nem o tempo e nem a dor me afastam de mim mesma. Nem que o mundo não me ouça, ainda grito.

quinta-feira, maio 01, 2014

Faz tantos anos que tenho esse blog. Às vezes me esqueço quantas vezes recorri a ele sobre todos os aspectos de minha vida. Tenho até vergonha do que escrevia nos primórdios. Depois fui a fã de frases, quase um primórdio do que seria um twitter. Nunca fui engraçada e aqui flutou os textos de escuridão e felicidades totais.
Nada objetiva e pouco prática, quase abandonei esse meio de comunicação por muitos e muitos anos. Hoje em dia só venho aqui quando preciso colocar pra fora coisas que nem eu mesmo tenho coragem de dizer a mim.
Mas eu mesmo de vez em quando releio coisas em random que escrevi em algumas fases da minha vida.
Semana que vêm vejo o Eddie Vedder, em carreira solo, pela primeira vez. Prevejo lágrimas, soluços e bons sorrisos. E pela primeira vez, nunca desejei tanto esse momento só meu.
A vida vai ai, caminhando em prazos e problemas. Mas vai caminhando.

quarta-feira, janeiro 08, 2014

"Louis levantou e voltou a ficar sentado ao meu lado, sem olhar para mim. Terminou de beber seu vinho em silêncio. E quando olhou, passou sua mão pelo meu rosto, levemente. Foi se aproximando de mim e encostou seu rosto bem colado no meu. Eu queria segura-lo, mas tinha medo do que poderia acontecer. Louis então, bem perto dos meus olhos, abriu os dele e disse, colado em mim.
‘Você me fez enxergar o mundo diferente. Eu te devo isso. Te devo voltar a ver cor nos dias. Nunca mais saia da minha vida’ – e de repente  deitou sobre meu colo de novo e adormeceu. Da mesma maneira que eu. Segurando em suas mãos."
"Huh... it’s a fragile thing, this life we lead, if I think too much, I can’t get over
When by the grace, by which we live our lives with death over our shoulders
Want you to know, that should I go, I always loved you, held you high above too

I studied your face
The fear goes away"

Pearl Jam - Sirens