Hoje não quis me olhar no espelho, mas quando fechei meus olhos vi o maior espelho refletindo minha imagem. Olhei firmemente pra ele e vi refletida alguém que se abandonou. Olhe em volta e não tinha ninguém, só eu sem um sorriso no rosto, sem uma cor nos lábios, os cabelos desgrenhados e as roupas puídas. Foi isso que eu me tornei depois de tantos anos lutando pra não me derrubar mais. De quem é a culpa? Minha. Desse coração torto, dessa cabeça confusa. Dessa pessoa que se enxerga mais não se vê. Não se dá valor. Não se ama em plenitude. Que sempre fez tudo pra ser vista pelo mundo, mas nunca foi vista por si mesmo. E tantas lutas eu venci, tanto suor escorreu dessa testa, tantas vezes o coração quis saltar do peito e da boca. E eu resisti. Mas porque é tão difícil se amar na plenitude? Porque a gente só enxerga os defeitos e o mundo aponta seus defeitos. Como esperar gentileza do próximo se eu não me trato com gentileza. Se não me dou valor. Se me sinto substituível a qualquer segundo. Porque é isso que eu sempre espero. Ser substituída, ser inferiorizada. Mas eu mesmo causo esse sentimento. Eu olho pros outro e penso, eu não sou assim, não chamo atenção. Não encho os olhos e o coração de ninguém. Me esqueço na comparação com o próximo. Mas sou um ser humano como outro qualquer. Com alegrias, tristezas, preocupações. Eu não sou tão difícil de decifrar, meus sentimentos estão sempre a flor da pele. Eu tento fazer o que posso pra que o próximo me reconheça. Esqueço que o próximo, não nos retribui na mesma moeda. Pra que esperar a validação do outro, se eu mesmo posso me validar? A
Interminável questão do inseguro.
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