quinta-feira, julho 24, 2025

A noite


Sabe o que é querer falar e silenciar?

Querer gritar e sufocar?

Sabe o que é a cabeça explodir em mil pedaços e ela só ficar martelando os pensamentos?

Sabe o que é sentir culpa e ela te corroer feito ácido que queima, levantando bolhas na pele?

Sabe o que é querer tocar o que não pode?

Sabe o que é saber que se está fazendo tudo errado e não conseguir parar?

Essa é a dor que sinto

E eu não quero mais sentir dor

Não quero mais me sentir só 

Não quero mais ter que lidar com tudo isso só

Eu preciso que a mágoa pare de me atingir

Preciso que a dor tenha fim

Eu já não aguento mais decepções

Alma rasgada

Humilhação e desprezo

O que eu fiz de errado além do que faço conscientemente?

Meu coração parecia estar em paz

Grudando cacos de outras dores

Hoje parece que enfiaram a mão dentro dele é apertaram até eu me sentir paralisada

Com o ar que não chega até os pulmões

Com as lágrimas que caem secas dos meus olhos

Eu me rendo

Não tenho mais a quem implorar 

Não tenho como manter o que me escorre pelos dedos

Não consigo afugentar essa solidão

quarta-feira, março 12, 2025

You’re so vain

 Eu faço uma força pra te esquecer, mas quanto mais força eu faço, mais eu me lembro de você. Eu sonho vividamente e sinto seus braços me envolvendo. Eu quero me desapegar e lembrar de outros rostos, outras paisagens e outras conversas. Quero ter outras vivências, outras experiências e ter outros sonhos. Mas quanto mais eu tento, mais meu subconsciente te joga na minha frente, sem eu mesmo querer. Eu faço aquela força louca de não gritar, de não derramar uma lágrima, de não sentir mais nada. E viver livre de qualquer esperança ínfima que ainda reside em meu peito. A vida não seria mais fácil, mas seria normal. Ter outras esperanças, ter outras vidas.

domingo, janeiro 12, 2025

Fuel to fire

“Eu sou capaz. Capaz de me liberar dos meus traumas. Olhar e falar, eu consegui. Eu não sou desprezível. Porque eu não me sinto mais assim. Eu não me sinto desprezível, nem invisível. Eu me senti invisível por muito tempo. Hoje não mais. Hoje eu vejo uma mulher que chegou em lugares que poucos chegaram. Que alcançou voos tão altos que nem ela mesma sabe como, mas alcançou. Que passou por tudo. De humilhações até a total loucura e conseguiu levantar do buraco que se enfiou. Eu por muito tempo perdi a confiança no que era capaz de fazer. Achei que a dor levaria a minha vida por completo. Até o ponto que eu não aguentasse mais. E eu agradeço a cada um que me levantou e me estendeu as mãos. Mas toda corrida precisa de uma linha de chegada.”

Eu escrevi isso em janeiro de 2024. Mal eu sabia o turbilhão que seriam os próximos meses do ano que terminou há poucos dias. Tiveram dias que eu quis desistir. Tiveram dias que eu chorei de raiva, de angústia, de desabafo e alegria. Tiveram dias de agitação, de felicidade, de cansaço e alegrias incomparáveis. E tiveram dias que eu caminhei em direção a um objetivo. Traçar mil planos não adianta. Mas eu percebi nesse último ano que subi um degrau por vez. Que pra chegar em algum lugar eu parei e observei por um bom tempo. E foram nessas horas que eu sentia que estava estagnada. Mas pra conseguir chegar no fim da escada eu tive que lidar com o que é mais complicado pra mim. A paciência, a ansiedade, a vontade de resolver tudo no meu tempo. E a cada ano que vai se passando eu percebo que nada vem no tempo que eu escolho. E sim no tempo necessário pra que o que eu alcançei não se perca pelos meus dedos. Parece fácil falar, mas a cada no dificuldade, raiva, stress e crise que eu tive, eu também tive os momentos em que tudo isso sumia com o meu exercitar diário da respiração e da mudança de foco. Não é fácil, mas é gratificante evoluir. Nem que seja uma escada de somente dois degraus.