terça-feira, julho 14, 2015


"Sam adoeceu em poucas semanas, se definhando a cada dia que passava, até termos que interna-lo, no meio do outono. Nesse momento, Matthew se aproximou de mim, passando mais tempo ao meu lado, como numa relação.
Eu revezava com os meninos as noites que passávamos com Sam, dando descanso a John que quase não queria sair do lado de seu pai. Nunca vi um amor tão forte, tão profundo. Os olhos de Sam brilhavam quando viam o filho e mesmo fraco e quase sem consciência, pedia pra que John sentasse ao lado de sua cama pra que ele lhe contasse histórias de quando era pequeno.
Um dia, John voltou pra casa e fiquei sozinha com Sam para passar a noite. Sam segurou em minhas mãos e olhou nos meus olhos, fraco, sem vida, sem voz.
‘Cuida do meu menino, ele não tem ninguém’ – ele me disse, seus pequenos olhos azuis eram fundos e as bochechas já não eram mais vermelhas, as lágrimas me escorreram
‘Eu cuido Sam. Mas vai ser mais fácil ele cuidar de mim’ – lhe sorri
‘Vocês são a família de John agora. Eu sei que vão cuidar dele pra mim’ – e a mão de Sam soltou-se inerte da minha, seus olhos se abriram, sabia que tinha ido embora
Ainda corri atrás das enfermeiras e médicos, mas não conseguiram mais trazer Sam de volta. O homem que tinha me acolhido tão gentilmente quando cheguei em Seattle, tinha finalmente descansado de todo sofrimento."

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