Não sou eu, é meu corpo que grita desesperadamente
por alguma coisa. Minha alma que bate insistentemente pelos meus ossos,
me deixando claro o que ela tanto quer, mas eu não consigo
distinguir. São gemidos e gemidos insistentes na minha cabeça, me deixando
louca, me arrancando pulos, me levando junto com a insanidade.
Grito e grito e grito, mas ela não me ouve, nada me ouve e tudo são mãos geladas que
passam pelos meus cabelos e uma voz rouca que me diz lenta "eu não vou te
machucar". Me assusta e me apavora a idéia de dar as mãos a isso e seguir
em frente. Quero voltar pr'aquele quartinho escuro de novo, quero ficar
lá e não falar mais nada.
Agonia, que cresce e que toma conta, algo explícito
que eu não quero ter que encarar. "Me deixe em paz", grito
inutilmente, e quando abro os olhos, sinto o suor escorrendo pela testa e uma
luz fraca saíndo de um som.
Me deixe dormir e não volte mais.
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