segunda-feira, dezembro 19, 2016

Olhos nos olhos no espelho e o telefone na mão

Não sou eu, é meu corpo que grita desesperadamente por alguma coisa. Minha alma que bate insistentemente pelos meus ossos, me deixando claro o que ela tanto quer, mas eu não consigo distinguir. São gemidos e gemidos insistentes na minha cabeça, me deixando louca, me arrancando pulos, me levando junto com a insanidade.

Grito e grito e grito, mas ela não me ouve, nada me ouve e tudo são mãos geladas que passam pelos meus cabelos e uma voz rouca que me diz lenta "eu não vou te machucar". Me assusta e me apavora a idéia de dar as mãos a isso e seguir em frente. Quero voltar pr'aquele quartinho escuro de novo, quero ficar lá e não falar mais nada.

Agonia, que cresce e que toma conta, algo explícito que eu não quero ter que encarar. "Me deixe em paz", grito inutilmente, e quando abro os olhos, sinto o suor escorrendo pela testa e uma luz fraca saíndo de um som.


Me deixe dormir e não volte mais.

Nenhum comentário: