Toda vez que a melodia tocava, um ímpeto desesperador percorria seu
corpo. O coração batia insistente em seu peito, lhe dando o sinal de que aquele
sentimento ainda não tinha se apagado de sua memória.
Por mais que quisesse, pedisse e implorasse aos céus que sua vida tinha
que continuar, toda vez que fechava os olhos era daquele último beijo que
lembrava. Daquela última noite que passaram juntos. Das palavras em voz rouca e
baixa que ele lhe dissera em seus ouvidos.
E por menos que percebesse, uma lágrima rolava de seus olhos, mesmo que
insistisse que a lembrança não lhe consumisse mais. Sabia de cor os passos e as
palavras, mas se confundia com o tempo, porque o tempo passava e era
implacável.
Mas as memórias, essas não lhe deixariam, nunca.
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