Alice ia falando sem parar e eu segurando em sua
mão. Quanto tempo eu levaria, até segurar nelas de novo? Quando ela foi se
despedir de mim, seus olhos se encheram de lágrimas novamente e eu só conseguia
pensar ‘não vá embora’.
‘Eu não queria ir, te deixar, vamos comigo?’ – ela
me disse e aquela frase era mais devastadora que suas lágrimas
‘Também não queria, mas precisamos trabalhar’ – e
se ela insistisse, largava tudo e fugiria com ela, naquele momento
Sequei suas lágrimas, fazendo um carinho no seu
rosto, seus olhos negros me olhavam.
‘Se agasalha e não vá pra casa sozinha, pede pra
algum dos seus amigos ir te buscar. Quando chegar, me ligue também, pra eu
saber que chegou bem’
‘Tudo bem’
Dei um beijo no seu rosto e me afastei dela. Virei
de costas, não queria a ver partir. Minha garganta doía.
‘Louis!’ – ela falou antes que eu sumisse
Me virei e ela veio de encontro a mim, num abraço
tão forte que eu podia sentir seu coração bater em meu peito. Ela chorava e me
agradecia, me dando mais beijos no rosto. Minha garota. Uma menina.
‘Não se atrase’ – ainda disse a ela antes dela
partir
‘Te vejo em breve’ – foi sua última frase
‘Sim, em breve’ – e apertei sua mão
Ela voltou pro portão e ainda a olhei de costas, os
cabelos caindo sobre os ombros. Me virei e andei o mais depressa que pude. Os
olhos embaçados, a cabeça vazia.
Quando cheguei no hotel, seu quarto ainda estava
lá, do jeito que ela tinha deixado. Deitei em seu travesseiro e o abracei,
chorando como criança. Minha garota tinha ido embora, eu sabia que ela tinha
ido embora. Eu não deveria ter deixado com que ela fosse.
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