Será que é a ansiedade, o frio ou a saudade do seu cheiro que me deixa
assim, mole, cheia de nostalgias baratas?
Inconfundível sorriso no meio de milhões. Essa vontade louca de estar
vivendo intensamente a cada segundo tira a minha concentração.
Eu fecho os olhos e retorno ao essencial, mas só consigo ver uma cena
embaçada de sonho, onde vens e toca meu lábio daquele jeito que só a gente
conhece.
A sua pele pode se confundir com a minha, misturando tudo aquilo que não
me faz mal. Agradeço a preocupação, mas não me prive de passar mais uma noite acordada
em seus delírios.
Sinto falta dos meus dias de adolescente, onde eu passeava pela grama
verde e deixava aquele sol bater em meu rosto. Matava aula pra ver o sol. Mas
sempre fui certa demais pra me libertar das responsabilidades.
Há uns dias tenho estado com uma fotos bem antigas em cima da minha
escrivaninha. Aquele sorriso de jovem sonhador que quase perdi. E rio das
bizarrices humanas que cometi.
O tempo correndo, correndo, indo lá na frente. Certeza, deve ser a
ansiedade. Porque eu deveria estar estudando horrores e só consigo me concetrar
na cena embaçada.
É o querer de tantas coisas que se confundem que já não sei o princípio
de tudo. Não se compra personalidade. Não se compra interesse. Não se compra
espontaneidade. Não se compra conhecimento.
Não se paga a eterna paz de espírito. De ter liberdade de pensamento, de
expressão, de alma.
É o frio, então. Tenho quase certeza. Afinal, quem mais odeia o frio que
eu?. O sol tem que esquentar, tudo. Derreter. Escorrrer a chuva gelada.
Conversar, ouvir, entender. Tudo é tão fácil aos olhos de quem lê. Tão
difícil aqueles que praticam. E você tem os três, quando abre aquele sorriso e
faz aquela cara de entendido.
Seu cheiro. Não tenho mais pra onde correr. Seu cheiro que não sai de
minhas roupas. Não sai da pele. Não sai da idéia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário