Ontem acordei com a noticia de que mais uma pessoa dessas que fazem parte de nossas vidas, mas não estão presentes tinha feito a passagem pra algum lugar que ninguém sabe ao certo se existe. Quando vi o nome de Scott Weiland numa matéria da SPIN, dizendo que ele tinha falecido na noite anterior, não consegui acreditar, pensei: 'essa é pegadinha'.
Mas aí, ao rolar as outras matérias do Twitter, percebi que o que tinha acontecido era realmente verdade. Meu primeiro pensamento foi: 'era de se esperar, o vício carrega as pessoas pra longe dessa vida'. Mas depois aquilo tomou forma e corpo dentro de mim e estragou o resto do meu dia.
Vi o Scott em 2011 em uma tour de reunião com o Stone Temple Pilots. Muito enérgico e com uma presença absurda de palco, segurando uma galera embaixo de chuva, em um festival que celebrou os anos 90 de maneira magistral.
Uma semana antes tinha ido ver dois shows do PJ em São Paulo e logo em seguida, Chris Cornell, AIC e STP fechariam meu mês de novembro. Tenho uma recordação emocionante dos momentos de todos esses quatro shows. O de ficar amassada e não ver o PJ de perto, mesmo estando na pista, a poucos metros da banda, ver o Chris bem de pertinho, embaixo de chuva, cantando "Blow Up The Outside World", dançar louca na lama ao ouvir "Big Bang Baby" do STP também embaixo de chuva, ao lado de um outro louco que também dançava e acompanhava sozinho o show e de gritar ensandecida a plenos pulmões em "Man In the Box", longe do palco, mas de uma visão completamente privilegiada, dançando ensandecida na lama.
Me recordo também de coisas que estragaram esses momentos, mas com o tempo, a mente se encarrega de ir apagando o que é de ruim e jogando desesperos pra fora de nossas vidas, como se eles não existissem.
É estranho conhecer, ver, acompanhar e interagir na vida de alguém, mas não fazer parte da vida dela por nenhum momento. Dá aquela sensação de ser alguém de sua família, alguém próximo que convive com você há anos e de vez em quando participa de um momento importante da sua história.
Eu pensei em muitas coisas ontem. Pensei que o longo da vida a gente vai perdendo muitas coisas, ganhando muitas outras e acumulando lembranças. Pensei que perdemos tanto tempo com tantas besteiras e temos tão pouca paciência com outras que não aproveitamos tudo o que o mundo pode oferecer.
No fundo, vamos nos cobrindo cada vez mais, não deixando com que as pessoas não nos magoem e nos tornamos escravos de um jogo tão estúpido e tão mesquinho, que esquecemos que o fim é um só. E pra que sermos tão fechados em nós mesmos, tão absortos com nossos próprios problemas, se um dia se deita pra dormir e não se levanta mais?
O que leva as pessoas a serem arrogantes e cheias de si em suas tão grandes certezas? Pra que perdemos tanto tempo discutindo e tentando nos fazer entender, se nós mesmos temos dificuldade pra entendermos o outro ou aceitarmos que o outro só pensa diferente, não adiantando nada ficar discutindo por picuinhas.
Infelizmente, todos esses pensamentos se encaixam, mas na prática eles são bem pouco utilizados. A morte de alguém, seja ela próxima ou não, sempre me causa uma sensação arrebatadora, uma tristeza profunda de não saber o que vêm pela frente e como vêm pela frente.
Um querer que nunca aconteça, pra que eu não me sinta um ser humano perdido no espaço vazio de um futuro vago.
Descanse Weiland, de onde quer que você esteja. Que sua alma possa encontrar a paz, que todo ser humano busca: time to take a ride, it leaves today, no conversation.
Mas aí, ao rolar as outras matérias do Twitter, percebi que o que tinha acontecido era realmente verdade. Meu primeiro pensamento foi: 'era de se esperar, o vício carrega as pessoas pra longe dessa vida'. Mas depois aquilo tomou forma e corpo dentro de mim e estragou o resto do meu dia.
Vi o Scott em 2011 em uma tour de reunião com o Stone Temple Pilots. Muito enérgico e com uma presença absurda de palco, segurando uma galera embaixo de chuva, em um festival que celebrou os anos 90 de maneira magistral.
Uma semana antes tinha ido ver dois shows do PJ em São Paulo e logo em seguida, Chris Cornell, AIC e STP fechariam meu mês de novembro. Tenho uma recordação emocionante dos momentos de todos esses quatro shows. O de ficar amassada e não ver o PJ de perto, mesmo estando na pista, a poucos metros da banda, ver o Chris bem de pertinho, embaixo de chuva, cantando "Blow Up The Outside World", dançar louca na lama ao ouvir "Big Bang Baby" do STP também embaixo de chuva, ao lado de um outro louco que também dançava e acompanhava sozinho o show e de gritar ensandecida a plenos pulmões em "Man In the Box", longe do palco, mas de uma visão completamente privilegiada, dançando ensandecida na lama.
Me recordo também de coisas que estragaram esses momentos, mas com o tempo, a mente se encarrega de ir apagando o que é de ruim e jogando desesperos pra fora de nossas vidas, como se eles não existissem.
É estranho conhecer, ver, acompanhar e interagir na vida de alguém, mas não fazer parte da vida dela por nenhum momento. Dá aquela sensação de ser alguém de sua família, alguém próximo que convive com você há anos e de vez em quando participa de um momento importante da sua história.
Eu pensei em muitas coisas ontem. Pensei que o longo da vida a gente vai perdendo muitas coisas, ganhando muitas outras e acumulando lembranças. Pensei que perdemos tanto tempo com tantas besteiras e temos tão pouca paciência com outras que não aproveitamos tudo o que o mundo pode oferecer.
No fundo, vamos nos cobrindo cada vez mais, não deixando com que as pessoas não nos magoem e nos tornamos escravos de um jogo tão estúpido e tão mesquinho, que esquecemos que o fim é um só. E pra que sermos tão fechados em nós mesmos, tão absortos com nossos próprios problemas, se um dia se deita pra dormir e não se levanta mais?
O que leva as pessoas a serem arrogantes e cheias de si em suas tão grandes certezas? Pra que perdemos tanto tempo discutindo e tentando nos fazer entender, se nós mesmos temos dificuldade pra entendermos o outro ou aceitarmos que o outro só pensa diferente, não adiantando nada ficar discutindo por picuinhas.
Infelizmente, todos esses pensamentos se encaixam, mas na prática eles são bem pouco utilizados. A morte de alguém, seja ela próxima ou não, sempre me causa uma sensação arrebatadora, uma tristeza profunda de não saber o que vêm pela frente e como vêm pela frente.
Um querer que nunca aconteça, pra que eu não me sinta um ser humano perdido no espaço vazio de um futuro vago.
Descanse Weiland, de onde quer que você esteja. Que sua alma possa encontrar a paz, que todo ser humano busca: time to take a ride, it leaves today, no conversation.
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