Eu poderia viver no seu abraço. Minha cabeça se encaixa perfeitamente em seu peito e o seu cheiro é tão familiar que me causa arrepios. E quando fechei os olhos por aqueles segundos eu pude me transportar para uma dimensão onde passado, presente e futuro se coexistiam. Os seus olhos vidrados no meu minutos antes, seu sorriso quando me viu numa gentileza inexplicável, um elogio, um calor que passou pelo meu corpo. Tudo isso se mistura numa reação inexplicável porque o que sinto por ti é tão intenso, que me tira o ar ou me causa palpitações. Os pés mexendo era o nervosismo de estar perto de ti. Eu tinha certeza disso. Mas eu não queria que aquele momento acabasse nunca. Você sorri com os olhos, presta atenção nos detalhes, fala a minha língua e me dá um conforto que eu não sei qual é há tantos anos. Eu só quero o que pode ser meu. Mas eu fecho os olhos e não vejo outro rosto. Não me sinto tão confortável com um ambiente ou com a minha própria alma quando essa está em sua presença. Foi mais forte do que eu pude admitir. Mais forte do que eu quis controlar. Não posso negar meu coração descompassado por tantos meses a se preencher de uma alegria, mesmo que seja vazia. Mas meu cansado coração não quer que seja vazia. Eu quis derramar umas lágrimas, eu suspirei ao me despedir, fiquei perdida em mil pensamentos enquanto te olhava pelas costas enquanto a porta se fechava. Não consegui contar quanto tempo passou enquanto as gotas grossas da chuva caiam e eu pacientemente voltava pra casa. Não conseguia prestar atenção no caminho. Só conseguia lembrar da sensação do seu corpo quente junto ao meu e de minhas mãos deslizando em conforto por suas costas. Eu cansei do sofrimento, cansei de não ser reparada no meio de tanta gente igual. Cansei de esconder o que sinto por uma convenção estúpida da sociedade. Eu te quero sim, eu não posso mentir mais pra mim. Não quero o mal de ninguém, não quero magoar ninguém, eu só preciso ser feliz.
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