Aqui a escrita é mais literal. Esse ano não teve rojão que segurasse a insanidade. Ela veio galopante, enfiando os pés no meu peito literalmente, sem nem me pedir licença. Mas, depois de seis meses, eu finalmente começo a me levantar. A fazer planos, a me empolgar com eles, a me redescobrir e a me aceitar. Na verdade eu demorei um tempo pra aceitar que estava doente. Eu demorei um tempo pra assimilar que quem me controla é meu cérebro e não meu coração. Ele faz o ritmo do meu coração. Coração que de vez em quando ainda bate descompassado, me assusta, finge que vai parar ou que vai explodir em mil pedaços. Claro que com menos frequência do que lá no começo de todo o transtorno. Eu andava em passos de bebê. Hoje eu já quero fazer as coisas no ritmo de antigamente, mas meu corpo ainda me limita e grita comigo dizendo: ainda não, bebê. Mas eu tô no caminho. Entrei de férias e meu médico disse que foi visível a minha evolução, mesmo eu ainda apresentando alguns sintomas que insistem em ficar. Eu fui viajar, reencontrei amigos que não via há uns dois anos por conta da pandemia, ri, me diverti, chorei dr emoção, contei minha história cem vezes, tive medo, semi crises, mas me aguentei. Me senti confortada ao lado deles e quando voltei, já tinha decidido e marcado, inclusive, que faria essas 4 tatuagens. A árvore da vida veio acompanhada do three crooked hearts, uma representado meu renascimento, a vontade de fincar os pés na terra e a outra, a minha família, a base que se mantém embaixo pra manter essa árvore de pé. Eddie Vedder eternizou que “a human being that was given to fly”, e eu agora quero voltar e estou pronta para voar. Ser livre, me manter viva e com o vento batendo na pele sem me preocupar com o que o cérebro queira pensar. E a última foi eternizar o autógrafo do Chris Cornell. Chris que fez com que a minha percepção sobre a vida mudasse, que um sentimento de amor infinito crescesse em mim e que fez com que eu entendesse parte dos demônios que ainda rondam a minha mente, portanto, seu lugar no meu coração será eterno pra sempre.
Eu quero voltar a amar, ser amada e ser feliz. Chega de trevas, tô a fim de reencontrar a luz.
2 comentários:
Ai que coisa linda de ler! Aplaudindo de pé a mulher incrível que você é! Morro de orgulho!
Muito obrigada! Isso dá um quentinho no coração descompassado ♥️
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