"Quando entramos no táxi, deitei minha cabeça nas
suas pernas e Louis me fazia carinho nos cabelos, me deixando com mais vontade
dele, meu coração mais acelerado. Quando subimos pelo elevador, mantive minha
cabeça em seu peito, as mãos presas a dele. Podia jurar que tinha voltado a Los
Angeles e o via no dia que fui embora e lhe deixei pra trás no aeroporto.
‘Não repara a bagunça’ – ele disse quando entrei no
seu quarto
Uma cama, uma mesa, um sofá, algumas coisas
espalhadas pelo chão. Era tudo que conseguia visualizar no momento. Ele jogou
sua mochila no sofá e catou umas coisas do chão, jogando no sofá também.
‘Vou ao banheiro, quer alguma coisa?’ – ele me perguntou
‘Não, só quero ir ao banheiro também’
‘Então pode ir enquanto eu arrumo a bagunça’
Entrei então no banheiro, me olhando no espelho.
Parecia descabelada e alcoolizada ainda, lavei o rosto antes de sair. Enquanto
Louis entrou no banheiro, me sentei ao chão em frente a sua cama e cheirei sua
camisa. O perfume ainda estava nela, me fazendo sentir mais vontade dele.
Quando olhei e o vi saindo do banheiro, a camiseta ainda meio úmida, só pensava
em beijá-lo.
‘Sente aqui’ – lhe pedi
Louis se sentou ao meu lado e deitei novamente
minha cabeça em suas pernas, me virando de frente pra olhar seu rosto, seus
dois olhos azuis me olhavam e ele fazia carinho em meus cabelos. Fui passando
minha mão pelos seus cabelos, descendo num carinho de leve pela nuca, lhe fazendo
fechar os olhos e os pelos dos seus braços arrepiarem.
Meu desejo só cresceu e me sentei então no seu
colo. Louis colocou suas mãos quentes sobre as minhas costas, me fazendo
amolecer e o olhar bem de perto. Eu o queria, sem pensar em mais nada.
Encostei meu corpo mais perto do dele e pra lhe
sentir o perfume, lhe fazia carinho com o nariz e já lhe beijava o pescoço. Seu
coração acelerou, suas mãos deslizaram pelas minhas costas e quando percebi que
me queria e que a excitação tomava conta de seu corpo, lhe abracei a cintura
com as pernas, lhe sentindo mais perto.
Olhei novamente nos olhos de Louis e lhe beijei.
Louis correspondia e de repente quem me beijava era ele. Lhe tirei a camisa
úmida, sentindo sua pele, fazendo com que ele me colocasse na cama, me tirando
a roupa devagar.
Louis ia me beijando o corpo todo, se encostando em
mim. Nem Matthew tinha me desejado daquela maneira, ninguém tinha. E eu me
apertava contra seu corpo, ouvindo ele respirar em meus ouvidos, enquanto
passava suas mãos pelo meu corpo, me beijando e me observando. Como era bom
tudo aquilo, sentir o suor começar a lhe escorrer as costas, me fazendo tremer
de prazer mesmo sem que ele estivesse ainda fazendo amor comigo. Quando percebi
que isso era inevitável, um desespero me bateu.
‘Louis, não’ – lhe disse parando com todo o
processo
‘Alice, o que...eu estou fazendo algo de errado?’ –
e ainda me beijou
‘Não Louis, a gente não pode. Não deve’
Na minha cabeça só me passava que se aquilo
acontecesse, tudo o que tinha com ele poderia se perder e eu não podia lhe
perder, não ele. E se resolvesse nunca mais ficar na minha vida? E se fosse
embora um dia como Matthew? E se eu o magoasse, magoasse quem sempre me quis
bem?
‘Alice, eu faço o que você quiser, eu...’ – e Louis
ainda me olhava, me segurando em seus braços
‘Não Louis, eu não posso! Não posso te perder! Eu
não posso mais sofrer. Não, não com você’ – e me esquivei, saindo rápido dos
seus braços, procurando minhas roupas
‘Alice, espera. Não vai...’ – ele falava enquanto
eu ia vestindo minhas roupas
‘Não, eu não posso! Não posso! Eu vou embora, não
posso...’ – as lágrimas vinham aos meus olhos, me sentindo envergonhada de tudo
Eu era feliz ao lado de Louis e ele significava
muito em minha vida. Se eu lhe perdesse também, não suportaria tamanha dor. O
que tinha feito? Por que tinha lhe provocado daquela maneira?
‘Alice, eu paro. Me desculpe...não vá embora,
espere..’ – e Louis se levantou, vindo em minha direção, enquanto eu terminava
de vestir minhas roupas
‘Se eu te perder, não resta nada em minha vida!
Nada! Eu não posso me dar esse luxo!’
‘Alice, você não vai me perder...olha...’ – e ele
colocou suas mãos sobre meus braços
‘Você é a única pessoa que não posso perder,
entendeu? Eu não posso te perder. Nunca!’
Me soltei de Louis, catando minha bolsa jogada no
chão, as lágrimas escorrendo, saí correndo pela porta e descendo as escadas,
ainda ouvindo Louis chamar meu nome. Entrei em um táxi parado na frente do
hotel e pedi pra ir embora. Chorava como criança perdida num lugar onde ninguém
me conhecia, quando percebi, tinha vestido a camisa de Louis sem querer e lhe
cheirei as mangas, ainda com seu perfume.
‘Eu não posso te perder, não você’ – ainda disse
entre soluços"
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