Hoje eu não ia dormir sossegada se não escrevesse. Estou há dias pra escrever alguma coisa e não consigo saber o que é. Sei lá se é essa sensação de estar com uma responsabilidade de que certas coisas dêem certo, pra valer de uma vez por todas.
Essa crise que de vez em quando ainda aperta meu peito. Que me dá uma vontade louca de gritar e derramar lágrimas. Lágrimas que não fazem mais sentido. Elas simplesmente aparecem a qualquer momento.
Falo tanto de saudades. Tanto que chega até a me irritar às vezes. Como posso me apegar a sentidos sejam eles quais forem, a todo instante? E depois fico com essa maldita vontade de voltar no tempo pra passar por determinada situação novamente.
Eu penso demais. E penso em coisas que nem deveria mais lembrar. E todas elas me deixam num estado tanto de euforia quanto de raiva tão extrema que parecem me fazer mal.
Espero umas atitudes de algumas pessoas, me surpreendo com a atitude de outras. E toda vez que olho pra trás penso o quanto tudo na minha vida vai mudando de uma maneira tão alucinante que nem eu mesma consigo acompanhar tal evolução.
Se eu for comparar o que fui há uns anos atrás, não dá metade do que hoje eu sou. Isso é bom, sei que todo mundo evolui da mesma maneira. Mas me pergunto se estivesse hoje na mesma condição desses mesmos anos atrás como eu seria.
Certeza que não acompanharia que o mundo tinha a me oferecer. E não culpo ninguém a não ser a mim mesma. Não posso simplesmente jogar nos braços de alguém algo que eu mesma fiz com minha vida.
Um dia me perguntaram se eu me arrependi das coisas que fiz. Não, não me arrependi. Me arrependi do tempo e da energia que desperdicei com algo que não fazia mesmo muito sentido existir. E lembro sim da primeira vez que estivemos juntos, de todos os nossos encontros e de nosso primeiro encontro de pele. Não esqueço da sua, por mais que eu queira ou deva. É aquele cheiro que sempre descrevo, inconfundível. Nem de nossas conversas malucas, perdidos numa estrada qualquer às quatro da manhã.
Mas existem outras coisas. Eu também não duvido de ninguém. Porque seria bom que ninguém duvidasse de mim. Mesmo que a gente queira mandar nos sentimentos infelizmente não consegue. Isso sabendo que seria melhor que mandássemos nele. Queria poder controlar pra não sofrer tanto e tentar ser feliz.
Ser feliz, estar feliz. São duas coisas tão distintas. Estou feliz se posso ficar até tarde em uma conversa longa e sem pressa. Ou mesmo que se espalhe pelo meu corpo um arrepio que não consigo traduzir em palavras. Há pessoas que deveriam estar perto, mas estão tão longe.
Será que amadurecer é ter todas essas questões exacerbadas? Ainda tenho aquele amor adolescente. Lembro das palavras e dos significados que só existiam pra mim. As intermináveis madrugadas trancafiadas no quarto para decifrar uma esfinge que eu criei. E aí, tantos anos depois quando a olhei realmente nos olhos por apenas alguns míseros segundos eu soube que nada daquilo que senti foi mentira ou em vão.
2 comentários:
Ahh... o que dizer?
Sabe o Chaves dizendo "Que puxa!"? Então...
As vezes (ou sempre!) me olho no espelho e acho que não sei quem sou. Não sei a idade que tenho, não sei o que estou fazendo. Vivo pensando e sentindo aquilo que um dia já tive, com medo de viver, de tentar... E por falar em vida, as vezes eu tenho um ânimo e começo alguma coisa, mas acho que termino as coisas na inércia, não sei mesmo o que estou fazendo.
Enfim, só pra dizer, sou um estranho dentro de mim e as vezes me identifico com o que você escreve. Sabe que estou por aqui, certo? SAIBA!
Tão bom ler isso, saber disso e tudo mais :)
Isso significa que nunca estamos sozinhos :)
Vc tb, estou sempre por aqui!
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