domingo, abril 18, 2010
Eu tenho uma relação muito forte com a música. Não sei por qual motivo, ela me leva a lugares que não existem e a lugares muito reais. No show do Placebo hoje eu percebi que somente por estar ali, o palco me é algo familiar.
De uns dias pra cá venho pensando muito nisso. Como seria estar trabalhando com isso. E me recordo também de uma cena bem vívida, de um dia estar conversando com umas amigas que hoje já não fazem parte de minha vida, onde dizia que ainda queria fazer um curso de produção musical.
Mas na verdade, toda vez que fecho os olhos, quando algo me arrebata muito o espírito, imagino estar cantando pra multidões como faz um milhão de bandas das quais eu mesmo gosto por aí.
Vi o Brian Molko no palco e pensei: ‘Caracas, poderia ser eu’. Mas no fundo, não tenho essa mesma inspiração que tenho pra escrever textos longos, pra escrever uma letra. Gosto de ver o calor da emoção de uma banda estar no palco, de vê-los suando ou simplesmente sorrindo, com gosto de fazer o que fazem.
Como tudo isso me soa tão familiar e eu simplesmente não sei explicar o porquê. E me sinto tão acolhida, como se essas pessoas que estão no palco, soubessem o que eu exatamente estou sentindo.
Tava lendo um pouco da história do Brian no Google da vida e me deparei com algo muito recorrente em muitas pessoas. Todo mundo tem algo que esconde ou teve uma vida muito da normal. A dele não é diferente e nem exótica como muitas pessoas possam imaginar.
Não cabe aqui dizer o que li em si, mas cabe dizer que de alguma maneira, ele cuspiu nas convenções e fez algo que lhe fazia se sentir completo.
É assim que me sinto em relação a música. É algo que me completa, me acompanha, me motiva. Assim como existem fanáticos por qualquer coisa, existe isso em mim. Um fanatismo meio xiita como costumo dizer, mas é a total verdade.
O mais estranho de tudo isso é que lá no fundo sou covarde. Sinto-me velha o suficiente pra não ter mais esses repentes adolescentes. E me sinto até patética por saber que na idade que me encontro, tenho essas dúvidas tão infantis e sem nexo.
Engraçado é que não temo as mudanças. De uns anos pra cá tenho as aceitado de uma maneira até bem tranquila. Mas mesmo assim, às vezes, é como se eu estivesse sentada no topo de algum prédio bem alto e visse o tempo correr de uma maneira tão estrondosa que chega a me assustar. Talvez eu não tenha a coragem suficiente pra correr atrás de sonhos meio infantis.
Aí, você que lê deve pensar: ‘nossa ela viaja muito, cada vez que vai num show, faz um release desses bem esquizofrênicos’. Mas não é. Eu vejo pessoas com tantas oportunidades sem saber aceitá-las, sem dar a mínima pra isso. E me vejo sem tantas oportunidades que eu mesmo não fui mulher de correr atrás. Tudo talvez por medo, por insegurança.
Acatei tudo aquilo que aprendi. Hoje sou assim por formação. Algumas coisas por personalidade. E mesmo deixando de correr atrás de outras oportunidades, as que eu tenho não consigo, simplesmente, deixá-las escapar.
Sai do show com um sorriso imenso no rosto. Precisava de um desses por semana. Pra me desestressar, me tirar o foco nem que fosse só por uma hora e meia como foi esse último. E só de estar lá, de qualquer maneira que fosse, já é algo que me faz sentir tudo ao extremo.
Placebo? Sempre impecável. Som, maquiagem, rebeldia, viadagem e dor. O que mais importa?
“We can build a new tomorrow, today”
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2 comentários:
Eu queria ser música, sabia? Se pudesse escolher, eu seria músico! Não, eu não posso escolher isso.
Eu acho que como eu, vc tem medo...mas se desse certo, seria especial :)
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