Tava lendo um blog hoje, um random, já não me recordo o nome. De repente me recordei de quando tinha 19 anos...faz tempo, muito tempo...
Nessa época estava me preparando pro vestibular. Eu vivia o cursinho dia e noite incessantemente, tinha limitações extremas em física, me irritava cada vez que tinha que ir ao professor assistente pra resolver um exercicio. Vivia a base de coca cola, chocolate e Bono de doce de leite.
Naquele ano em especifico fiz colegas que não gosto de recordar. Me deprimiam, me deixavam irritada e me tiravam parte da concentração que tinha que ter. Odiava todas as manhãs, exceto as aulas de literatura do Héric e as de Hisória do Manaro. Final das contas, passei em Medicina em Taubaté e não pude fazer. Me faltava grana. A mim não, aos meus pais.
Tirei férias. Fiquei quase cinco meses estudando em casa. Não queria voltar ao cursinho de jeito nenhum, até que em quase fim de abril, na pressão que se passava na minha cabeça, fiz matrícula de novo e voltei pro cursinho.
Definitivamente foi um dos melhores anos da minha vida. Voltei pro cursinho, fiz amigos que tenho até hoje e uns que não estão mais presentes, mas que vou recordar pra vida toda. Vivia o cursinho, respirava aquilo, mas já não era mais aquele desespero, não doía ter que prestar o vestibular pela quarta vez.
Em dez anos a minha vida deu um milhão de reviravoltas. Entrei em Odonto na USP e em Medicina na PUC, mas num pude fazer. Fui fazer Odonto na USP. E há coisas na vida que a gente não pode negar que são realmente pra acontecer.
Lá dentro tive os meus melhores amigos, as minhas piores brigas, as melhores paixões. O sol naquele lugar parecia brilhar diferente. Ali não tem barulho da cidade, não tem loucura que não me acalme. E quando tudo parecia doer, matava a aula pra sentar na Praça do Relógio pra jogar conversa fora ou simplesmente chorar baixinho.
Hoje, já no Mestrado sinto que gosto do que faço. E gosto muito. Não me arrependo da minha oportunidade ter sido diferente, apesar dos pesares que a vida prega. Acho que gostar do que se faz é essencial.
Mas o mais interessante é que não foi por isso que lembrei de dez anos atrás. Lembrei porque em todas as fases de minha vida, tinha algo que precisava mudar sempre. E agora, nessa minha nova fase, algo precisa mudar. E logo. Não sei como, nem sei porque, mas preciso dar um jeito de que mude.
Preciso disso. Preciso do novo, do contagiante, do brilho. De algo que está me fazendo falta, mas não acontece, talvez por incompetência minha ou simplesmente porque não enxerguei ainda.
Esses dias em casa não consigo pensar em nada, só que quero melhorar o quanto antes, renovar, ver a rua. Essas coisas tão banais que acontecem todos os dias, mas que quando não acontecem, fazem uma falta danada.
É como se eu sentisse que fosse o momento, mas não consigo vê-lo. Não consigo atingí-lo. Preciso e urgente. Tudo vira uma rotina e apesar de todas as coisas malucas que vivo hoje e que não trocaria por nada, ainda falta algo. Algo especial. Essencial, que me tire o fôlego e me faça querer voar.
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