Abro esse blog há exatos sete dias pra escrever algo. Toda vez vou e faço algo diferente que me dispersa da escrita. Me some as palavras na hora de escrever. O que dizer. Como me expressar.
Nesses últimos sete dias eu revivi um pedaço da minha infância de novo. Infância pura, até meus 12, 13 anos.
Essa história de o Michael Jackson ter morrido mexeu comigo. E não por ele ter sido em si que o foi, porque foi e não dá pra negar, mas pelo fato de que desde pequena (e quero dizer de idade, óbvio) fui muito fã dele.
Mas não tô dizendo assim, fui muito fã só porque ele morreu. Estou dizendo porque fui muito fã mesmo. Mesmo, demais. De ficar doente de ver o cartaz do novo álbum na loja e querer. De chorar vendo os clipes. E de ter aquela dor de nunca poder tê-lo visto até a minha presente idade.
Depois, quando cheguei a adolescência madura o esqueci. E seus discos ficaram ali empoeirados na estante.
Mas quando abri a internet na quinta feira passada (25/06), meu coração veio a boca e meus olhos encheram de lágrimas quando vi pela TV a notícia do seu fim.
No fundo senti aquela dor genuína, meio infantil, meio fã ridícula que muitas pessoas sentiram. Era estranho alguém tão distante mas que foi tão presente na minha infância ter morrido assim, de repente.
Não é porque alguém morreu que virou santo. E ele nunca foi santo. Mas pra mim era como se um super herói dos quadrinhos tivesse morrido. Porque ele era uma figura. Num era um ser humano assim comum como eu. Como vou explicar isso pra vocês?
Ele era, mas não pra mim.
Quando abri a internet aquele dia e vi a notícia não acreditava que era verdade. Porque em minha mente eu tinha uma grande cena, de meus filhos assistindo TV comigo e em uma pequena nota esquecida no jornal, alguém dissesse "morre Michael Jackson, o Rei do Pop".
Aí, eles me diriam "mãe, quem era esse? olha que zuado! e essas roupas? affff...". Eu riria e diria "é, o Michael Jackson foi muito famoso. Coitado teve uma vida infâme e desgraçada esse garoto...". E contaria em breve cinco minutos o auge e a sua queda.
Infelizmente, só conseguia pensar numa coisa: "Caraca, que merda! Será que já faz tanto tempo assim?"
Faz. Faz tanto tempo assim que eu chorava pelo MJ e que eu jogava Moonwalker insistentemente no Mega Drive. Faz tempo que já não sou mais criança e que não ouço mais "Man In The Mirror".
E nessa última semana, tirei os cds empoeirados da estante, os coloquei pra rodar. Não dá mais pra ter 13 anos novamente. Mas dá pra lembrar e ser feliz. E sentir saudade de ser inocente.
Espero que ele finalmente descanse em paz de tudo que lhe aconteceu. Assim como a minha infância que está em paz na memória, inocente, inabalável.
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